sábado, dezembro 30, 2006

2007

Chego ao fim de 2006 com 33 anos. Falta pouco para os 34. Não tenho filhos, vivo sozinha, não faço planos, não sou imensamente feliz. Mas já fui mais triste. Não temo a mudança e não crio expectativas que geram falsas esperanças e que, por isso, acabam em desilusões. Espero. Mas tenho de lutar por qualquer coisa, um objectivo que seja, para dar sentido aos meus dias. Penso num. Imagino duas ou três coisas que gostaria de fazer este ano que agora entra. Duas ou três crises que gostaria de resolver; duas ou três viagens que gostaria de fazer; duas ou três pessoas - mais - que gostaria de apoiar.

Não escrevi num papel objectivos para 2007 como já fiz para outros anos. Penso todas as noites, antes de adormecer, no que tenho de fazer no dia seguinte. E quando acordo já me esqueci e a correria de cada dia faz-me adiar cada coisa que há muito deveria ter sido feita, planeada, executada. Não consigo pôr nada para trás das costas.

Aprendi este ano a gostar de uma outra forma, a gostar como pensei que não era possível gostar, a gostar com menos paixão, com menos intensidade, mas com mais serenidade, mais calor, mais qualidade. Essa foi a grande mudança do ano. E está ainda em crescendo pelo que 2007 deverá ter de fazer mais qualquer coisa. E eu também, na embalagem de um novo fôlego. Aprendi nos últimos anos a não traçar planos a médio e longo prazo. Isso não me impede de traçar planos simples com um mês de antecipação, às vezes apenas com dias. Tenho é de criar objectivos. Que passem pelo meu bem-estar, pelo meu trabalho, pela minha casa, pela minha família, pelos meus amigos. Não tenho ideias para escrever no papel, mas tenho pequenas luzes que esta noite quero memorizar: o assunto da faculdade, o assunto da editoria, o assunto do Rei, mais o jardim, e a conta bancária, e mais tempo para a avó. Já não é pouco, se pensarmos que cada uma destas coisas tem associadas, múltiplas actividades.

Eu quero mudar este ano. Quero ser mais responsável e mais feliz. Quero que os médicos me vejam melhor, e quero sentir-me melhor do que eles me vêem; quero saber o que é a palavra amar outra vez, mesmo que seja de outra maneira que nunca pensei conhecer; quero ganhar mais, merecer mais, fazer mais e conquistar mais. Quero andar para a frente e olhar para tudo com optimismo. Quero arrumar um certo passado numa caixinha bem fechada, ao fundo do coração. Pode lá estar, mas a fechadura trancada e a chave tenho-a eu. Quero muita coisa. E sei que cada dia vou querer mais. Quero conseguir pensar assim amanhã. Pelo menos...

2 comentários:

LurdesMartins disse...

Eu não digo... até as primeiras 4 frases me descrevem!
Eu também quero mudar este ano!

Anónimo disse...

ora 34...espera mais um pouquinho...