domingo, março 16, 2008

Jet Lag

Continuo com as horas de lá. Deito-me e não adormeço. Talvez por ter dormido 8 horas durante o dia. Talvez por ser ainda cedo, no meu cérebro. Tenho a meu lado um chá de cidreira, quente, adoçado com mel. Espero que arrefeça e tremo de frio. Há pouco mais de 24 horas dormia com um lençol a tapar-me as pernas. Esta noite nem o edredon e o cobertor são suficientes. Dizem-me, muitos, que viveriam lá. Eu não. Mas sabe bem, a visita. Conto três vezes no meu currículo de viagens: 3 idas ao Rio de Janeiro. Já sei que voltarei, ou não fosse a cidade de eleição do R. Na sexta, enquanto tomávamos o pequeno-almoço no 'Talho Capixaba', um animado cidadão cantava à chuva, bem alto, 'como é bom trabalhar no Leblon'. Sorri. Não se imagina ninguém, por cá, a cantarolar na rua 'estou na boa porque trabalho em Lisboa' ou, para os da margem Sul: 'é porreiro trabalhar no Barreiro'. Outras formas de estar...

Tenho pensado muito nas pessoas que vivem com o salário mínimo. Como passar um mês com uns 400 euros, questiono-me? São pessoas incríveis, essas, as que conseguem ter famílias assentes em tão pouco. E sobrevivem. Não viverão em êxtase mas são, provavelmente, felizes. No Brasil isto é ainda mais preocupante tendo em conta o elevado custo de vida e os salários para lá de baixos. Olho para as pessoas que estão nas lojas - uma média de 3, por cada pequeno espaço comercial - olho para os que estacionam carros nos restaurantes (não são arrumadores, isso não existe, por lá. São uma espécie de vallet parking), olho para os que vendem na rua, um pouco de tudo. Na miséria há poucos pedintes. Quase nenhum. Cada um procura o seu caminho e faz por viver melhor sem incomodar os outros.

Hoje comprei o meu primeiro creme anti-rugas.

3 comentários:

Rafa disse...

Que bom "descobrir-te!". Morei no Rio durante 4 meses, fiz lá um estágio completei o meu 22º aniversário lá...o único aniversário da minha vida com mais de 35 graus (visto ser Novembro, mesmo no meu Algarve nunca apanhei mais de 15). E até hoje o Rio continua a ser o local no mundo em que fui mais feliz. Eu era mais feliz. Descontraída. Sem preocupações de maior. Amo o Rio e quero voltar. Agora trabalho em Milão, uma cidade oposta do Rio em quase tudo. Bom para mim, que me moldo aos diferentes contextos. Mau para mim porque me recordo de como fui tão feliz antes.

a dona da gata disse...

Rafaela... que bom deve ser celebrar um aniversário em cada País... mesmo ao frio. Que regresses ao Rio!

Anónimo disse...

que bela viagem deve ter sido! parabéns!