6 anos
A cabecinha loira corre atrás de uma bola. É um dos gostos, uma das paixões da vida que hoje celebra 6 anos. Meia dúzia, como numa caixinha de ovos bem composta e arrumada na dispensa para omeletes. Chama-me de tia e é o único. Os outros sabem de cor o meu nome. Mas este insiste no parentesco, instigado pelos pais que assim preferem. Como se o respeito se visse só desta forma. mas não reclamo. Afinal, é o que sou: uma tia! E babada. Recordo as mãos pequenas e as exclamações que me fazem rir, penso nos livros que li e nas estórias que inventei. Preparo-me para a festa e levo presentes mais um beijo cheio de afecto. G. faz hoje seis anos e recordo os segundos de atraso na chegada à maternidade no dia em que nasceu: foi tudo tão rápido. Um aviso e já estava cá fora. E eu que corri para conhecê-lo e consegui, de fugida, avistá-lo numa maca encostadinho à mãe. Era o primeiro filho. Hoje não será preciso correr. Apenas por um beijo quando chegar junto dele. Terá tanta gente a querer mimá-lo. E serei apenas mais uma. Mas a tia. E isso conta...
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