segunda-feira, junho 30, 2008

prazeres de verão

A melancia, quando chegam ao fim os dias das cerejas.

sábado, junho 28, 2008

do tempo

"Mas tempo é dinheiro, o senhor está a esquecer isso - disse o coronel.
- Qual tempo! Há tempos em que se pode vender um mês inteiro por cinquenta cêntimos e outros em que não se vende meia hora por dinheiro nenhum [...]"

Anna Karenina, Lev Tolstoi da Relógio D'Água

postais

[cor]


[pele]


[fé]

Junho

Junho dá os últimos suspiros numa brisa morna. Viveram-se as férias. Passaram os Santos. Perdeu-se um campeonato. Fez-se [um]a [outra] festa numa noite ventosa. Junho recebeu-me em casa com 30º graus nos termómetros. Com um vento quente a descer a calçada. O sol a encadear nos prédios. Com os jacarandás contra um azul forte. Comi quilos e quilos de cerejas. Fui para Sul. Encantei-me com a cor do mar. Visitei um mini deserto. Fiquei coberta com a terra vermelha de África. Preguicei à volta da piscina. Pus as leituras em dia. Escandalizei-me com Roth. Deliciei-me com Juan José Millás. Li finalmente Dennis Lehane, o homem que inventou o ‘mystic river”. Comi quilos e quilos de cerejas. As últimas. Negras e doces, muito doces. Fiquei um ano mais velha. E diverti-me. Muito. Junho dá os últimos suspiros e como sempre começo a sofrer por antecipação. Os dias estão a ficar mais curtos e um dia destes, quando não estivermos a olhar, chega o inverno.

sexta-feira, junho 27, 2008

Mais vale tarde...


Parabéns Carrie!!!


P.S.: Esta imagem não é minha. Foi roubada!

6 anos

A cabecinha loira corre atrás de uma bola. É um dos gostos, uma das paixões da vida que hoje celebra 6 anos. Meia dúzia, como numa caixinha de ovos bem composta e arrumada na dispensa para omeletes. Chama-me de tia e é o único. Os outros sabem de cor o meu nome. Mas este insiste no parentesco, instigado pelos pais que assim preferem. Como se o respeito se visse só desta forma. mas não reclamo. Afinal, é o que sou: uma tia! E babada. Recordo as mãos pequenas e as exclamações que me fazem rir, penso nos livros que li e nas estórias que inventei. Preparo-me para a festa e levo presentes mais um beijo cheio de afecto. G. faz hoje seis anos e recordo os segundos de atraso na chegada à maternidade no dia em que nasceu: foi tudo tão rápido. Um aviso e já estava cá fora. E eu que corri para conhecê-lo e consegui, de fugida, avistá-lo numa maca encostadinho à mãe. Era o primeiro filho. Hoje não será preciso correr. Apenas por um beijo quando chegar junto dele. Terá tanta gente a querer mimá-lo. E serei apenas mais uma. Mas a tia. E isso conta...

Menina do Rio

Queixo-me da chuva mas deixo-me molhar pelas gotas que espaçadamente caem e me deixam com a marca de água. Rio porque faz rir, o momento. Rio que se fez de livros e de passeios, de boa comida e novos restaurantes, de algumas visitas e mais um doce pintado com suco de abacaxi. Perco-me nas compras dos preços baratos e caio na asneira do saco cheio. Faço contas e tenho vontade de partir. Tarde demais. Embrulho as sandálias em papel esmagado e trago tudo para casa. Umas para cada dia da semana. Quase. Não resisto ao chamamento de uma lembrança para ti, para ti, e para ti... os que amo receberão o meu riso, carteira vazia e um presente. Sei que não devo. Nem temo. Mas volto. E trago para a mãe, para o pai, para o petiz. E as amigas que fazem anos. Os mimos da feira Hippie. Tudo isto me custa. Tudo isto me vai deixar mal. E bem. Porque é assim que gosto. Embrulho o sol de uma manhã de praia em Ipanema e protejo-me da queima com mais um creme caríssimo. E novo biquini, a estrear no Posto 9. Retiro-me com a chegada da noite e procuro então aonde ir. Vamos. Damos as mãos de alegria porque a sorte nos trouxe aqui outra vez. Contamos os dias, fazemos promessas, nova viagem para fazer. O Rio sabe bem. Não é o melhor que sei, mas o melhor que posso. Um "oi" disfarçado de "olá", um gesto universal, uma hawaiana no pé e somos todos iguais. A visita ao camelot deixa-me embriagada: o cheiro a amendoim torrado, as marcas da contrafacção, o Rolex que não o é, e o Gucci que sonha sê-lo. A pobreza está ali. Desboqueiam-se telefones e as play stations que for preciso. Corro para sair de lá mas não me deixam. Prende-te o gosto pela maré, mar de gente que sabe a Brasil. Saímos. Venho de mãos a abanar. E a "Confeitaria Colombo" deixa-me com água na boca, 1001 sabores, doces que são, e uma memória que data de um século passado. O Presidente da República de Portugal mostra-se numa fotografia, à porta, ele e a mulher, que ali foram de visita. Sento-me à sombra de um espelho, as caravelas atrás iluminam a sala, em cima um espaço para refeições e dois namorados que se deixam fotografar. Tiro também a minha fotografia. Outra. Numa perspectiva de voltar. Porque o Rio vê-se por várias vezes.

Entretanto...

A caminho de Berlim, regressada do Rio (pela segunda vez, este ano), eis-me de volta à cidade capital. Tempo para pensar, reflectir, fazer planos e continuar. Tempo para tanto e falta muito mais. Sobram uns dias para o sol e a costumeira visita à Quinta do Lago. Sem custos adicionais.

Andou este blog interrompido e nada se pôde dizer. Mas há muito para contar. Vamos por partes. Deixarei aqui a minha, em breve.

terça-feira, junho 17, 2008

Mudança de Planos


Amanhã, e durante uma semana...


domingo, junho 08, 2008

Vamos?


O filme já estreou!


E depois...



... de dois meses consecutivos de trabalho, vou aprender e ensinar a importância desta capital na Segunda Guerra Mundial.


Eu fui...


... e vi-as chorar por causa dele!


Terça-Feira, em executiva...



sexta-feira, junho 06, 2008

[par]a Sul

Ainda ando por cá. Mas só mais um bocadinho. Os girassóis estão à espera que me vá embora. As coroas imperiais também vão florir. Quando estiver a sul. Entretanto as marchas vão descer a avenida. Vão comer-se sardinhas assadas com cerveja a rodos. Vai encher-se a Bica. Alfama. Vão continuar as vendas de livros no Parque Eduardo VII. Lisboa vai encher-se de sol, prometem os meteorologistas. Eu vou encher-me de areia. A pele a saber a sal. A sul.