quinta-feira, outubro 22, 2009

Dias felizes

Durmo 12 horas e acordo com dores nas costas. Sinto falta da fisioterapia e tomo comprimidos para as enxaquecas. Tudo bem. Podiam ser motivos para me irritar, para entristecer, para queixas. Mas eis que estou apaixonada! Almoçamos tarde no bar irlandês onde fomos e seremos sempre, os únicos portugueses. O dono pergunta-nos pelo concerto dos U2 em Portugal e confirmamos a nossa presença. Lá estaremos, a trabalhar. Mais um dia, mais um concerto. Almoço uma omelete de queijo e bebo coca-cola. Gosto de beber coca-cola quando estou de férias. Não, bebo antes uma meia de leite, com espuma, como tão bem a tiram no restaurante "De Barra". Saboreio a meia de leite com o último livro do Robert Wilson, aquele que estava a ler em inglês mas que passei para português, esta semana. Prefiro a minha língua para ler romances e policiais. Não sei porquê. É um amor à palavra. Aguardo com expectativa as de Saramago e acho ridículas as críticas que fazem a "Caim". Não me importo que o Nobel critique a Bíblia e a Igreja católica. Há críticas que fazem sentido e, se outras não fazem, é apenas mais uma opinião. Oiço-o na RTP e penso em trabalho. Vejo mais televisão, por estes dias. Perdi a entrevista nos Gato a Marcelo Rebelo de Sousa mas sei que tenho de vê-la, mais tarde. Percebo que a SIC tem um concurso novo que me cheira a antigo: em tempos houve um assim, apresentado pelo Nicolau Breyner, acho. Hoje dormi três horas à tarde. A enxaqueca voltou depois disso e jantei crepes. Estou viciada. Jogámos "trivial", um novo, que comprámos no Shopping. São caros, estes jogos, e têm erros de português, o que me enerva. Não é admissível. Ainda assim, jogamos, por cartões, sem tabuleiro. Gosto de me sentar numa ponta do sofá a observá-lo. Por agora dorme e tapei-o com um cobertor que estava na cama. Beijei-o de forma suave para deixá-lo sonhar. Não é costume adormecermos separados. Gostamos de partilhar a noite até à última. Ontem vimos mais um episódio de Ruth Rendell, mas hoje já só havia a primeira série de "Ossos" para passar o tempo. Gosto. Antes de escrever este post acompanho a noite com um CSI Miami, tão ridículo quanto divertido. Aquela personagem do Horatio Cane é demais, tal o exagero e a "branjisse" do tenente. Adoro! Estou apaixonada pelo homem com quem partilho a vida. Ontem fiz anos de um outro casamento e nem me lembrei. Passaram 8 anos e nem me lembrei. Foi a primeira vez que não recordei o dia. Curiosamente, ao jantar, falei sobre isso e critiquei o custo da refeição no copo de água. Mas não fiz contas ao calendário. É uma sensação de alívio. Vejo a minha vida através do presente o futuro afigura-se-me sorridente. Parece que o passado ficou mesmo lá atrás. Sem ressentimentos. É tarde, mas estou de férias e posso dormir toda a manhã. Depois faremos o que nos apetecer. Voltaremos a ser os únicos portugueses no restaurante irlandês. E diremos "gosto de ti" como se fosse a primeira vez. São dias felizes, estes que terminam Outubro.

5 comentários:

Marta disse...

Estar apaixonado torna tudo tão cor-de-rosa e cheio de borboletas! É bom saber que há pessoas que amam incondicionalmente... e sentirmo-nos felizes por elas (sem inveja!), ainda que nunca as tenhamos visto e não façamos a menor ideia de quem sejam e como sejam. Felicidades! E que essa paixão se prolongue por muito, muito tempo!

Anónimo disse...

Dias e momentos assim são os de verdadeira celebração, aqueles em que parece que o movimento da Terra fica suspenso...

Buttafly...fly...fly... disse...

Gostei de ler.

;)

Poupinhas disse...

Gostei imenso do texto e da nova vida descrita e vivida intensamente :)
KissKiss

Montana disse...

Fiquei feliz por saber que finalmente o seu passado é mesmo passado. Felicidades.