quinta-feira, outubro 30, 2008

Haja fatalismo

Se esta semana não estivesse a acabar, teria eu que acabar com ela.Há alturas em que parece que se vai sobrevivendo como se pode... e isso é triste.

divino


Via Blibliotecário de Babel

terça-feira, outubro 28, 2008

por uma boa causa

Porque não quero perder as minhas tardes de leitura a metros do rio. Porque quero que os meus putos tenham um sítio fantástico para andar de bicla e já agora para continuar a andar de patins. Porque as pessoas merecem mais. Porque o Tejo me consola quando não tenho tempo de ir ver o mar. Porque Lisboa é a melhor cidade do mundo e o Tejo o seu traço mais característico.

Lisboa é das pessoas. Mais contentores não!

mais do mesmo

Começo a achar que ter um blog é capaz de não fazer muito sentido quando, de cada vez que penso em vir aqui escrever, percebo que já quase tudo foi dito. É por estas páginas que tenho a certeza que de a vida é feita de ciclos, situações repetidas. Recorrentes. Nos últimos dias, por exemplo, só me apetece dizer mal do tempo. Vir aqui avisar que comprei um bilhete para os trópicos e que só volto quando o frio abalar. Depois percebo que já disse isto tudo. E fico no meu canto. Queita e calada.

castas


O Miguel, que tem um dos blogues mais bonitos da blogosfera portuguesa – melhor só se fosse qualquer coisa como o deus criou o homem – atribuiu-nos o ‘Prémio Dardos’, seja lá o que isso for... Obrigada Miguel.

[a segunda parte das 'obrigações' segue dentro de momentos...]

domingo, outubro 26, 2008

Porque vale a pena ser Jornalista II...

Para entrevistar o realizador Fernando Meirelles...

sábado, outubro 25, 2008

limpeza geral

Vamos fazer limpeza, mas geral
e vamos deitar fora as coisas todas
que não nos servem para nada, essas
coisas que não usamos já e essas
que nada fazem mais que apanhar pó,
as que evitamos encontrar porquanto
nos trazem as lembranças mais amargas,
as que nos fazem mal, enchem espaço
ou não quisemos nunca ter por perto.
vamos fazer limpeza, mas geral,
talvez melhor ainda uma mudança
que nos permita abandonar as coisas
sem sequer lhes tocar, sem nos sujarmos,
que fiquem onde sempre têm estado;
vamos embora só nós, vida minha,
para voltar a acumular de novo.
Ou vamos deitar fogo ao que nos cerca
e ficarmos em paz com essa imagem
do braseiro do mundo face aos olhos
e com o coração desabitado.

amalia bautista

em there's only 1 alice via Corta-fitas

quarta-feira, outubro 22, 2008

Porque vale a pena ser jornalista...

Para entrevistar o Paul Auster!

terça-feira, outubro 21, 2008

Shiu!

O Verão esqueceu-se de ir embora.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Assessores de Teixeira dos Santos não conseguem tirar a BIC do Magalhães

Os assessores do ministro das Finanças estão, desde terça-feira à tarde, a tentar tirar a BIC do Magalhães. A pen preta, onde foi carregado Orçamento do Estado para 2009, está encravada na entrada de USB do computador tudo porque alguém se terá esquecido de lhe tirar a tampa. A equipa do ministro já mergulhou o portátil num alguidar com água e sabão azul, mas mesmo assim a pen teima em não sair. Os assessores também já experimentaram puxar mas estão com medo de a estragar pois é uma daquelas pens de cristal, de ponta fina e escrita normal.

PS - Lá por não sermos um blog político ou económico, não quer dizer que não possamos contribuir para o esclarecimento público em questões de Orçamento do Estado!

terça-feira, outubro 14, 2008

dias longos

Isto não é um blog político, muito menos económico, mas isso vocês já sabem. É um blog de coisa nenhuma. Mas hoje, na noite das pizzas, a quarta desde que me mudei para este pasquim, apetece-me perguntar se alguém acredita mesmo que a pen que o Teixeira dos Santos entregou ao Jaime Gama tinha outra coisa lá dentro que não o último episódio do Lost?

[e como se não bastasse, à conta de orçamentos virtuais, amanhã temos outra noite de pizzas]

quinta-feira, outubro 09, 2008

À noite

Vivemos na mesma rua durante a noite. E já ando à procura de casa há 5 anos.

terça-feira, outubro 07, 2008

Sobre os outros

Não importa se somos bonitos ou feios, magros ou gordos, se estamos mal, ou bem vestidos... sempre que podemos, tecemos considerações sobre a imagem dos outros: o corpo, a roupa, o rosto, a forma de andar. Sobre uma rapariga que acho simpática, bonita e até elegante, alguém me dizia "mamas, ela tem é umas grandes mamas". Então e a cara? - perguntei eu. "É mais feia que um mocho aos gritos". E assim se viu ela reduzida à figura de um animal nocturno em sofrimento, com a beleza assente no peito e nada mais.

Não é raro ouvirmos homens gordos e de bigode farfalhudo, a coçarem as partes baixas e de palito nos dentes tecerem considerações sobre uma donzela linda de morrer mas que, quis Deus, tivesse o nariz torto. E dirão eles que é um estrafego, uma "anémona morta", "a parte de trás de um desastre". Assim, sem mais, porque um pequeno (grande) defeito faz de cada um de nós uma figura singular aos olhos de outros. Tem o rabo grande? Ora aí está um defeito gigantesco! Orelhas compridas? Pois... Mamas pequenas? Sai ao Pai.
Somos cruéis.

O que também me parece é que esta nossa crueldade traz sempre uma ponta de inveja ou, pelo menos, um sofrimento recalcado dobre o nosso próprio corpo. Os homens e mulheres quase perfeitos - que os há, fisicamente - não devem ser tão mauzinhos a julgarem os outros. Não sei, confesso que conheço poucos quase perfeitos. Mas creio que serão mais condescendentes, talvez porque valorizem mais qualquer pequeno defeito que possam ter, nem que seja temporário.

A rapariga das "grandes mamas" é gira, boa miúda, e muito simpática. Se tivesse que escolher-lhe um dos atributos, ao contrário do que possam pensar, não seriam as mamas, mas o sorriso e a simpatia no olhar. Curioso, não?

sábado, outubro 04, 2008

Pós-Operatório III


A sensação é mesmo esta...


Pós-Operatório II

O tempo passa com um tempo diferente. O dia parece ser mais dia e a noite mais escura. Quando o alrme toca saio para a cozinha e engulo em pequenos tragos aquelas 5 drageias, um genérico, e o resto de marca, de laboratórios diferentes. Por esta hora anda a S. em Orlando a passear os médicos que receitam os medicamentos da empresa dela. Foram ontem, uma semana, também com passagem por Nova Iorque, e até parece que vão a uma conferência. Mas têm tempo para a Disney e para os Outlets. Talvez o meu médico de olhos verdes vá numa próxima viagem, senão com ela, então com outra pessoa que lhe pagará almoços e jantares, que pedirá o melhor vinho para a refeição em grupo, que dirá obrigada por tudo o que estamos a oferecer. E ele voltará prescrever.

Consegui tomar banho sozinha e a água só molhou partes autorizadas. É um exercício mas não é impossível. Espaçadamente, os telefonemas e a simpática visita desta Cidade cá a casa, com as conversas de sempre, sobre os temas do costume, sempre com uma graça, um encanto, e todo o interesse do mundo. Podíamos falar a noite inteira e não seria demais. Aguardo agora a chegada maternal, uma canja de galinha e mais líquidos que é o que posso ingerir. Tenho vontade de um cozido à portuguesa e anseio por um belo bife com batatas fritas. Daqui a dias, um mês? Não sei... terei de contentar-me com o iogurtes Danone, o sumo de limão ou maçã e a banana esmagada à mão, qual bebé em fase de crescimento do primeiro dente. O ouvido fala sozinho e oiço-o todo o dia. Deixo-o estar e espero pela hora em que se calará, em que a história que tem para contar acabe, feliz, sem dores, sem mais cirurgias para adivinhar.

O tempo nasce todos os dias. Posso ler e passar a pente fino todas as séries de televisão, posso falar - não muito - e, sobretudo, ouvir. Faço planos para regressar ao trabalho mas ainda é cedo e dedico-me àquilo a que chamam Baixa. Não sabia como era. E agora já sei. Amanhã é Domingo.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Pós-Operatório

Duas noites em branco e a terceira em casa. A mão inchada quase não me permite escrever, mas a cabeça insiste para que não páre, para que não desista, para que não desanime. Do hospital trago a memória de ter sido muito bem tratada e de ter - disseram-me - tentado bater nos enfermeiros e auxiliares, imediatamente depois de acordar da anestesia geral. Parece que é sempre assim, coitados. Eu não me lembro de nada, senão de abrir levemente os olhos e de me terem dito que era mais forte que eles. Perguntei-lhe o que tinha eu feito e riram-se. Fechei os olhos e recordo depois o quarto 21, naquele 4ª piso com vista sobre a Ponte Vasco da Gama e, ao longe, se punha os óculos, o teleférico de um lado para o outro.

O quarto era só meu e o serviço não podia ser melhor. Conheci o enfermeiro Paulo, que me fez lembrar o carteiro e a música do gato preto e branco; conheci ainda o enfermeiro Walter, mulato, com um bonequinho da mesma cor pendurado ao peito, "para a Pediatria", disse-me. Mas eu também gostei. E havia uma enfermeira de dia, de quem não cheguei a saber o nome, mas com uns bonitos caracóis sobre os ombros e um olhar simpático, que me confessou não lavar o cabelo todos os dias por causa da queda. E eu que sangrava.

Em casa sinto-me bem. Estarei acompanhada. E mesmo só, poderei dormir, que é o que mais tenho feito desde que as dores amainaram. Já não tenho buracos nas mãos, nem um dreno pendurado no ouvido; já não estou de bata branca e tirei as meias de descanso. Fico-me pelo pijama das ovelhinhas - se o Presidente da República pôde, hoje, andar a observar vaquinhas a Norte, porque não posso ter ovelhas na roupa de dormir? - e ajeito-me debaixo dos lençóis para esquecer o frio. Vais ficar comigo, esta noite. E amanhã, logo se vê.