segunda-feira, março 12, 2007

Mudanças

Haverá poucas coisas mais extenuantes do que mudar de casa. Talvez mudar de casa quando se mora sozinha. Tenho a casa em caixas de cartão. A vida dividida entre o presente e o futuro. Parte na casa nova. Metade aqui. A outra metade atravancada no escritório. Caixotes atulhados de livros. Roupa. Formas de bolos. Lençóis. Panelas. Pratos enrolados em jornais às camadas. Prefiro o Expresso, de preferência das edições mais antigas. Andam armados em finos e o papel está menos maneável. Passei o fim-de-semana nisto. As mãos negras dos jornais. Os braços doridos de carregar caixas. Cheia de pó da cabeça aos pés. Já pensei em mandar tudo para o lixo. Há coisas que não me lembrava que tinha. Outras que duvido que algumas vez volte a usar. Acumulamos demasiada história. [Lixo?] Que pesa. Pesa ainda mais a cultura. Nada custa mais do que transportar as caixas dos livros. E nunca mais acabam. O que preciso é de tempo. Dois dias inteiros e fica tudo no mesmo sítio. Depois logo se arruma de uma vez por todas. Até quando?

4 comentários:

Dia disse...

E eu viciada em mudar de casa (e quem sabe, de emprego)

Anónimo disse...

é sempre bom

DIV de divertida disse...

Até uma proxima vez... logo se verá até quando.
(concordo, mudar de casa é uma seca. além da trabalheira, faz-nos deparar com o lixo que já deviamos ter deitado fora e que teimamos em transportar connosco)

Irene Ermida disse...

já mudei de casa nove vezes e, certamente, ainda não ficarei por aqui... mas, da última vez, decidi aliviar o lixo que me unia ao passado. Cheguei à conclusão que mudar de casa é virar no cruzamento e seguir caminho!
Uma sensação óptima!