Silêncio, que estamos de férias
A piscina parece o Paraíso. Ao fundo, sem som, um LCD na parede mostra a SIC e o directo do Red Bull Air Race. Deixamo-nos ficar a ver os fantásticos pilotos e prometemos ir lá, para o ano, se a trasmissão voltar a ser nossa. Comemos um hamburguer com queijo - mesmo depois de o rapaz do bar ter dito que não havia Cheese, só Hamburguer (!) - e bebo a minha meia de leite com calma. Reclamámos, e já temos a TV arranjada, no apartamento, pronta para ver o Kennedy, logo à noite, a partir da PSP2 que o Pandes trouxe. Na piscina, dois ou três casais com filhos silenciosos, bebés, homens e mulheres que falam inglês, mas baixinho. Já bastou ontem, no irlandês, duas duplas de bêbedos; ela quase despida com pernas de fazer inveja mas um olhar turvo e sem maneiras nenhumas, loira; a morena, mais sóbria, mas não totalmente, a ameaçar beijar na boca o namorado da loira; ele, cuecas fora das calças e uma t-shirt sobre uma party qualquer, shots uns atrás dos outros, e a pôr a loira ao colo, enquanto os pés - com uns sapatos pirosos, mesmo como as inglesas usam - já estavam sobre a mesa do jantar. E o outro tirava fotografias com o telefone. Hoje não, eram calmos e educados estes estrangeiros que povoam a Quinta do Lago e Vale do Lobo, onde nos encontramos. Na televisão Jerónimo fala aos camaradas no encerramento da Festa do Avante!. Já hoje ouvi o discurso da Ferreira Leite, o tão esperado, depois de um mês de silêncio. Exijo-o à rapaziada que ao fim da tarde apareceu na piscina e que nos fez desistir do sol: dois miúdos, adolescentes, uma miúda, ainda sem maminhas mas com soutien. Gritos e turbulência na piscina onde não é permitido mergulhar. Eles mergulham. E amanhã, se calhar, vamos antes à praia.
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