Querido Sean,
Eu sou a Samantha e adoro-te. Tenho, por ti, a admiração que uma mulher pode ter por um homem que já foi casado com a Madonna (dizem-me que lhe batias, é verdade? Nem quero pensar nesse horror...) e que é um actor prodigioso, apesar de constar, que muito mal encarado. Vi-te em "Milk" e gostei. Ali, sorris como nunca e deixas passar uma imagem de homem doce e carinhoso, apaixonado pela vida... e por outros homens. Eu não me importo. Estiveste tão bem nesse papel que parecias o verdadeiro Harvey Milk, mas mais bonito e atraente.
Querido Sean, que bom que tenhas ficado à frente daquele monstro do Mickey Rourke, que já não estrela ovos na barriguinha de ninguém, mas antes anda para aí aos sopapos como se a vida se fizesse de wrestling e de homens machões e violentos. Mais feliz fiquei que tenhas ultrapassado aquele rapaz bonito, o Brad Pitt, que já basta ter a mulher que tem - linda, dizem-me - e que ganhou protagonismo num filme, para mim, sobrevalorizado. É verdade que se transformou, o rapaz, mas acredito que a maquilhagem e os efeitos especiais, as modernices do cinema, todo ele em computador, sejam os verdadeiros vencedores do Óscar.
Tu, não. Tu não precisaste de mais que uma barba comprida, uma camisa branca e um crachá no casaco. Bastou isso e uns beijos na boca - que bem que beijas, caro Sean - e brilhaste mais que as estrelas do Passeio da Fama em Hollywood. Vou aconselhar todos os meus amigos, para que te vejam neste "Milk". Vou sugerir o teu filme a todos quantos tiverem dúvidas a teu respeito. E no fim, ponho uma colher de "Suchard Express" numa caneca de loiça e bebo um copinho de leite, para adormecer. E só quero sonhar contigo.
Sempre tua,
Samantha.
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