tragam-me a metralhadora
Eu, romântica incurável, que derrete com mensagens pirosas como “o que não é normal é tu existires, porque os sonhos não tem realização material”, que viu dezenas de vezes o ‘Sleepless in Seattle’ e outros tantos filmes de argumentos lamechas com a Meg Ryan, que ainda este domingo reviu o ‘depois do amanhecer’, que verte lágrimas no cinema sem grandes pudores e que adora finais felizes, jantares à luz das velas, banhos de espuma, a acompanhar com um bom vinho, eu romântica incurável confesso que odeio, com todas as letras a capitular, o dia dos namorados. Sim. Tenho um problema com ursinhos e coraçõezinhos e todos os ‘inhos’ possíveis, mas odeio acima de tudo a massificação do sentimento, da banalização das datas, da obrigatoriedade de estar a dois e de mostrar ao mundo quanto se amam os pombinhos, mesmo que seja por um único dia em 365, que nos resto do ano ela ponha maquilhagem para esconder as nódoas negras e ele se arraste no trabalho para chegar a casa o mais tarde possível. Nada disso conta a 14 de Fevereiro, o que interessa é ter namorado e não sair da linha. Para não parecer anormal.E juro que pego na metralhadora ao próximo email/press release a lembrar a bela da data.
4 comentários:
Somos duas... A metralhadora - se de papéis com cuspo carregada - ter-me-ia dado jeito quando ontem ao sair de casa me deparo com um mimo cheio de corações a abanicar-se em cima de umas antas com monociclo e um coração piroso nas mãos. Confesso que me apeteceu arrancar-lhe o coração - não o das mãos, o do peito - e acabar logo com aquilo tudo de uma vez. Mas aguentei-me... Não poderia estragar uma campanha de marketing de outra pessoa qualquer, não é verdade?
de há uns anos para cá que lançamos uma tradição de amigos(quase todos "casais"): nessa noite vamos jantar fora em grupo! depois de ultrapassadas as dificuldades iniciais - conseguir uma marcação de mesa para 8/10 pessoas num 14 de Fevereiro - transformamos este jantar em mais um encontro barulhento e gargalhado de pessoas que se divertem juntas.(e pelo caminho incomodamos aquelas mãos que se beijam por cima das mesas!)
separadas-parte-XVIII :)
Concordo plenamente! a palhaçada do (também) consumismo e da aparência ja ultrapassou há muito qualquer limite do BOM SENSO...
Manuela SC
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