sexta-feira, abril 06, 2007

Shakira, outra vez

aqui falei dela. Shakira, a cantora que não ouço cantar mas com quem simpatizo há largos meses. Desta vez coube-me entrevistá-la.

Volto a falar dela porque o normal não é ser como ela, quando se é uma vedeta. O normal é-ser-se distante, arrogante, difícil, impenetrável... até os nossos artistas que ninguém conhece - senão o público português - são assim, quanto mais os reconhecidos à escala mundial, com carreiras feitas nos quatro cantos do mundo, com fãs verdadeiramente apaixonados, deslumbrados, fanáticos.

Shakira é uma miúda simples. Digo miúda porque sou mais velha do que ela e porque já por duas vezes pude falar com ela de igual para igual. Desta vez entrevistei-a à porta do aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, com alguns seguranças em cima dela e um manager a pedir-me que apressasse a coisa. Ela ia subir ao palco daí a duas horas, estava a acabar de aterrar em Portugal e, mesmo assim, não teve problemas em sair da carrinha de vidros fumados para me cumprimentar e falar comigo. Em português, porque ela esforça-se para falar a nossa língua. Mais um ponto a favor.

Levei a minha sobrinha de 9 anos ao concerto. Ela ficou calma, a ouvir as músicas, a ver a Shakira dançar como ninguém, a entoar um ou outro refrão mais conhecidos... e eu ponho os olhos nela. É uma miúda que adorou assistir o concerto de Shakira, da mesma maneira que há um ano adorou os concertos na Festa da Música, no CCB. E é assim que deve ser... sem preconceitos: e se a rapariga aparece menos vestida, se os discos têm, na capa, expressões sensuais e praticadas à frente do espelho, se as letras são, no mínimo, duvidosas... isso não importa. Não importa porque estamos a falar de uma mulher diferente. Transborda simpatia, deixa-se levar pelo público, esforça-se por agradar, tem a auto-confiança no ponto certo. Nem mais, nem menos.

Eu gosto mais da Shakira. Eu orgulho-me por ter feito a entrevista mais radical da minha carreira, nas condições mais estranhas e desconfortáveis. Qual tripé, qual iluminação xpto... não. Ela ali estava, a falar à porta da carrinha, para um microfone de mão, no meio de um vendaval e com aviões a passar deixando o devido rasto de ruído. Escusou-se a falar? Não. Riu-se comigo. E foi um sucesso.

2 comentários:

Leão da Lezíria disse...

E se a tua sobrinha desatasse a a ouvir Shakira lá em casa? Pobres pais...

waterfall disse...

Também sou fã da Shakira. Fã pela beleza, fã pela simpatia e fã pela simplicidade que já tinha reconhecido antes. Adoro uma música que quase ninguém conhece, uma bossanova linda - "Obtener un si". Não deixem de ouvir.