segunda-feira, maio 19, 2008

Quidam

Acabei de chegar do Passeio Marítimo de Algés e de um espectáculo de 65 euros. É certo que fiquei num lugar que custava 90, mas apenas porque a arrumadora era simpática... Não posso dizer que foi uma desilusão, mas também não preencheu as minhas expectativas. Quidam é bem feito, tem qualidade, momentos espectaculares, mas não será o melhor do Cirque du Soleil. Nada do que vi esta noite me foi dado a conhecer pela primeira vez. Nada. Todos os números tinham qualquer coisa de Dejá vu. Havia, aliás, um momento de comédia que eu já tinha visto num qualquer Circo de Natal... Claro que o "palhaço" do Cirque é genial, mais bem vestido, com as feições correctas e os gestos no lugar... mas o número é o mesmo.

Não caiam agora as críticas a desmentir esta opinião dizendo que o Cirque du Soleil é único e eu não sei o que estou para aqui a dizer... Concordo: é único! Mas já não é tão único como noutros tempos e, para mim, não vale bilhetes tão caros. Bem sei que sou pouco dada a coisas de circo e os números de trapézio, cordas e malabarismo não são a minha paixão... mas, ainda assim, há coisas que me surpreendem. E o Cirque não me surpreendeu muito. Gostei do momento em que quatro meninas (teriam mais de 15 anos?) faziam um jogo de malabarismo com uma espécie de ampulheta gigante equilibrada numa corda. É uma brincadeira que já vi por aí, entre miúdos mas, claro, houve naquele número mestria e capacidades para lá do normal. Não digo que também não fiquei impressionada com a rapariga do hula hula... fiquei. Mas é imperdoável, por exemplo, que um malabarista deixe cair uma das bolas. Imperdoável porque o meu bilhete custou 65 euros. Imperdoável porque são muitas as equipas que formam a grande companhia que é o Cirque, e porque a escolha dos artistas é feita a dedo.

Mas o Cirque du Soleil é organizado, profissional, comercial. E nisso, não haverá melhor. Há ali muito trabalho, muito empenho e muito profissionalismo. E isso vale dinheiro. Além disso, há prazer, o que sabe bem apreciar. E não se denota cansaço, o que é impressionante. E há ainda os números em simultâneo, quando o nosso olhar se distrai por vários pontos da arena. E o guarda-roupa.

Os trabalhadores do Cirque du Soleil vivem como ciganos. Viajam, acampam, ficam uns dias e partem. É uma grande máquina, a companhia. As crianças têm que estudar com professores particulares porque não podem inscrever-se na escola; os casais formam-se no grupo; há uma mescla de nacionalidades que vai buscar os melhores de cada País... e há camiões de material, dezenas... para que o mundo se mude para cada cidade onde actuam.

Há, portanto, magia neste circo. E não há nada que choque, não há momentos mortos nem motivo para apontar o dedo (nem tem animais)... Mas eu só consegui levantar-me para sair. Mesmo quando muitos estavam de pé apenas para aplaudir.

2 comentários:

DonJuan disse...

Concordo plenamente. Eu tambem gostei mas nada me impressionou.. Se tivesse pago o bilhete do meu bolso ter-me-ia sentido defraudado. :)

Anónimo disse...

Aquelas ampulhetas gigantes chamam-se "Diablos".
Agora a sua crítica não tem pés nem cabeça. O espetáculo é sim único. A única semelhança que há entre o Cirquel du Soleil e outro circo ou espetáculo qualquer é que os artistas têm dois braços, duas pernas, um tronco e a cabeça.
A história está muito bem estruturada e os artistas são do melhor que há no mundo, com performances absolutamente impressionantes!

Recomendo! 5*s!

Em alternativa sempre pode ir ao circo chen, ou aos irmãos cardinalli...é mais barato e talvez seja um espetáculo mais ao seu gosto e mais em conta

Bem haja

Paulo