A feira
À primeira vista, ainda do outro lado do parque, não havia razões para tanto. Uma dúzia de pavilhões entrincheirados junto à tenda dos pequenos editores. Pavilhões com livros lá dentro, a mesma coisa uns metros mais abaixo. A diferença está na cor. O que me leva a pensar que não percebo a má vontade da Leya. Afinal as barraquinhas da feira até foram pintadas este ano! Como é que podem acusar a APEL de não querer inovar? Também barulho para nada.
Digam o que disserem, que a feira está morta, que este formato já não funciona, que é preciso modernizar, digam tudo isso, mas ainda assim não me convencem a deixar de ir. De Cumprir o meu calendário emocional. De me sentar no topo do Parque Eduardo VII com o rio lá bem ao fundo, os telhados de Lisboa pelo meio, e o burburinho das conversas em volta. Nada como descer a calçada entre as barracas, folhear livros, comparar preços com os desejos que colei nos pulsos agora na contracapa da Moleskine, subir a calçada pelo lado contrário, demorar tempos infinitos nas barracas preferidas, temperar tudo com o açúcar das farturas. O que não combina com a Feira do Livro é o frio de rachar, a chuva torrencial, os pés alagados e o corpo a tremer de frio. Não achasse eu que este blog está a um passo de se transformar num site da meteorologia e desatava a mandar vir com o tempo. Mas hoje não. Fico por aqui que já gastei as palavras para uma semana.
3 comentários:
:)
O que não combina com a Feira do Livro é ter o meu G. doente...
Estou no ir. Tal como na migração de gnus em África, nesta altura do ano eu sei onde tenho que estar ...
Este ano a Feira foi uma feira de delisusão :o(
Enviar um comentário