terça-feira, maio 27, 2008

A feira

À primeira vista, ainda do outro lado do parque, não havia razões para tanto. Uma dúzia de pavilhões entrincheirados junto à tenda dos pequenos editores. Pavilhões com livros lá dentro, a mesma coisa uns metros mais abaixo. A diferença está na cor. O que me leva a pensar que não percebo a má vontade da Leya. Afinal as barraquinhas da feira até foram pintadas este ano! Como é que podem acusar a APEL de não querer inovar? Também barulho para nada.

Digam o que disserem, que a feira está morta, que este formato já não funciona, que é preciso modernizar, digam tudo isso, mas ainda assim não me convencem a deixar de ir. De Cumprir o meu calendário emocional. De me sentar no topo do Parque Eduardo VII com o rio lá bem ao fundo, os telhados de Lisboa pelo meio, e o burburinho das conversas em volta. Nada como descer a calçada entre as barracas, folhear livros, comparar preços com os desejos que colei nos pulsos agora na contracapa da Moleskine, subir a calçada pelo lado contrário, demorar tempos infinitos nas barracas preferidas, temperar tudo com o açúcar das farturas. O que não combina com a Feira do Livro é o frio de rachar, a chuva torrencial, os pés alagados e o corpo a tremer de frio. Não achasse eu que este blog está a um passo de se transformar num site da meteorologia e desatava a mandar vir com o tempo. Mas hoje não. Fico por aqui que já gastei as palavras para uma semana.

3 comentários:

Catarina disse...

:)

O que não combina com a Feira do Livro é ter o meu G. doente...

Pulha Garcia disse...

Estou no ir. Tal como na migração de gnus em África, nesta altura do ano eu sei onde tenho que estar ...

Catarina disse...

Este ano a Feira foi uma feira de delisusão :o(