um outro eu de mim
"Tinha um dedo imperativo no ar. Arrumei os utensílios e dispus-me a sair. Mas quando justamente ia a sair. Porque a vida é assim. Súbitas resoluções sem cálculo. Como se nós trabalhássemos para um lado e a vida para outro. Subitamente foi assim. Havia uma poderosa força vinda de Flora. E eu deixei-me ir, um outro eu de mim deixei-o. No fundo, seria isso? a instintiva certeza de que outra força a trabalhava também. Mas quando a tomei com determinação - a cara rápida voltada de lado, aproveitei a nuca o pescoço. E foi aí. Ela respirava forte sobre o meu ombro."
Até ao fim, Vergílio Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário