Natal
Ainda não me encontrei com o Natal. Acho que andamos a brincar às escondidas. Ao princípio culpei o tempo. Ninguém [pelo menos, não por cá] festeja o Natal de t-shirt e roupa leve. Eu bem via, à hora que saia do trabalho, as pessoas carregadas, a sair do Corte Inglês. Viam-se embrulhos, com ar de gozo, a espreitar pelos sacos de compras. Viam-se enfeites nas lojas. Grandes bolas natalícias. Vermelhos. Dourados. Prateados. Mas Natal, nem vê-lo. Sentada no meu tapete vermelho, em frente à lareira, ficava atenta ao mais leve dos sons, não fosse ganhar coragem e bater à porta. Nada. Na sexta enchi-me de coragem e pensei em procurá-lo nas luzes do Chiado, aquelas que a Dia não encontrou porque chegaram mais tarde. Talvez andasse pelas ruas do Chiado. Também o procurei nas lojas. Na vontade de encher o sapatinho dos miúdos. Nem isso, foram compras [quase] automáticas, com a certeza que iam gostar de cada escolha. Outra foi comprada há mais de um mês. De impulso. Sei que vai gostar. Hoje, enchi-me de coragem à hora de almoço, decidida a arrastar a C. de loja em loja. Na segunda já tinha perdido a esperança. Falta-me encontrar o Natal para que os presentes façam sentido. Sem isso, não passarão de embrulhos de conveniência. E isso não é Natal.
5 comentários:
Concordo...
same here, same here - nem um presente comprado, porque ainda não senti natal.
Blog cuscado.
Não procures o Natal...
Ele há-de encontrar-te sozinho num sorriso de uma criança perto de ti,numa beijoca sincera, num obrigado sem amanhã...
acho que o natal teve uma crise de personalidade,leu uns livros de auto-ajuda e reinventou-se.Reapareceu como outra coisa qualquer que ainda ninguém sabe bem o que é... por isso é que também ninguém sabe bem onde ele anda... Não te sintas mal por não o teres encontrado ainda, se calhar é melhor assim.
Parabéns pelo blog.
helena
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