o 'meu' bairro
Gosto deste meu bairro. Das casas antigas. Da roupa estendida nas varandas. Do vizinho de trás que por vezes vem à janela em boxers [continuo a achar que o senhor nos poderia poupar a este triste espectáculo]. Das conversas das vizinhas. Das tascas e dos restaurantes. Gosto da calçada portuguesa, do largo com jacarandás. Gosto dos bancos de pedra, das mesas ali ao lado que convidam a jogar sueca [penso muitas vezes nos velhos do jardim da estrela quando aqui passo em dias soalheiros]. Gosto dos turistas. Dos sonos dos diferentes linguarejes. Mas gosto principalmente da familiaridade do bairro. É aqui que trabalho. Onde passo a maior parte do meu tempo. Talvez por isso me sinta em casa. Com os ‘bons dias’ da senhora do bazar. Com a família da mercearia e até com o mau humor do senhor Z. do café da frente. À parte destes não conheço a maior parte das pessoas com quem me cruzo todos os dias, mesmo assim, há sorrisos, acenos de cabeça e ‘bons dias’ como vizinhos que se cruzam todos os dias na escada.
Sem comentários:
Enviar um comentário