fico
Não fui ao São Carlos, não voltei a enterrar nariz no pescoço do homem do perfume. Mas a noite cumpriu-se. O mau humor a desaparecer na proporção exacta em que se abriu um sorriso. As mesmas ruas de sempre, copo de cerveja na mão, conversa boa, um largo escondido com uma bica, festas alucinadas e uma fuga estratégica — andamos a ficar bons nisto – para os sítios do costume. Por mais voltas que dê não imagino melhor forma de começar as férias. Dancei até que a Janis me mandasse para casa, tive direito a uma sessão de engate, subi a colina devagar. A noite foi promessa de dia, com as gaivotas a sobrevoarem as ruínas. As ruas acordam aos poucos e vai movimentada a cidade quando o céu ainda nem clareou. Ao longe o som de um galo, rouco, deslocado no meio dos prédios. Reordenar memórias. Escutar pedidos. Calar promessas. E voltar para casa, quando já se fez dia, de coração cheio, por entre o esvoaçar descontrolado dos pássaros à volta das árvores de uma colina de Lisboa.
4 comentários:
as coisas fazem te sorrir e tu fazes nos sorrir :-)
Bj
bem podia procurar-te...
Não percebo como consegues omitir o ponto alto da noite: sudoeste. Memórias selectivas...
só não foi o ponto alto da noite porque eu ainda estava de muito mau humor...
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