sexta-feira, julho 17, 2009

amanhã é outro dia

Quer queiramos quer não, há dias que nos obrigam a parar, a pensar na vida, frase feita e gasta de ser usada e abusada, a fazer contas de cabeça, a escrever cuidadosamente as colunas do deve e do haver, a olhar para trás, medindo a régua e esquadro, o quanto de nós ficou nos dias que já passaram, quanto estamos dispostos a dar daqui para a frente. Que escolhas faremos no caminho. E por mais que se pense, por mais que se tente ordenar ideias, fazer projectos, traçar planos, há dias em que nada faz sentido e quase tudo parece insignificante e fútil. Nesses dias mais vale juntar amigos à volta de uma mesa, [agora, dia, sou eu a depender das bondade de estranhos], dizer disparates e rir por tudo e por nada para esconjurar fantasmas. E depois, se a receita não for suficiente, é descer ao Tejo, encher a alma de maresia, a cabeça com as palavras dos outros, a pele de sol. Deixar-me embalar no jazz que sai das colunas, retribuir o sorriso do empregado de bar mais simpático de Lisboa e esperar que a amanhã seja mesmo outro dia.

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