da magreza ou post-it [para os outros]
Estou a fazer o jantar e a lembrar-me da conversa do RP que encontrei sexta-feira à noite, por entre o fumo dos grelhadores e o cheiro a febras e a sardinha assada. A bem da verdade, a conversa nem foi comigo, foi com a C., mas para o caso vai dar ao mesmo, porque este post anda aqui a rondar há uns tempos. Dizia ele, a propósito da minha pessoa: ‘Está tão magra.’ Agora, repitam comigo: não se diz a uma mulher que está magra ou muito magra da mesma maneira que se tem o pudor de dizer a qualquer mulher ‘estás tão gorda’, acentuando as sílabas e revirando os olhos para que não restem dúvidas. É uma indelicadeza do mesmo tamanho e igualmente desagradável de ouvir. Há pessoas que são naturalmente magras, sem que isso signifique que estão doentes, que não fazem dietas, que comem o que querem e lhes apetece e não engordam. Ganhar peso é tão ou mais difícil do que o perder. Imagino que isso cause inveja, que por sinal é coisa feia, a muito boa gente, mas seria simpático que fizessem um esforço de não nos chamar esqueletos, da mesma maneira que nós, as magras ou muito magras, não andamos a chamar baleia a muito boa gente. Agradecida. E agora vou jantar.
2 comentários:
se fosses baleia não escreverias um post. estarias presa a cumprir pena por ter assassinado a gaja que te chamou tal coisa.
és grande!!!!!! (demorei, mas vim e aplaudi!!!!)
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