E agora como é que vou viver?
Sem a calçada que se estende até ao Largo, sem os jacarandás floridos em Maio, sem a conversa dos vizinhos a entrar pela janela, sem a música que sobe a calçada nos dias quentes, a mercearia ao fundo da rua, as lojas da rua Garret, as horas de almoço passadas de livro na mão num dos bancos do largo, sem o cheiro a grelhados, a sardinha assada nos dias de verão, sem o quiosque do Largo, as idas constantes à FNAC, sem o sol reflectido nos prédios das traseiras, sem os cigarros partilhados à entrada, sem o bazar para comprar gomas, sem o vizinho das traseiras na varanda em roupa interior, sem os almoços no Fábulas, sem o linguajar dos turistas, rua acima rua abaixo de máquina fotográfica na mão, sem a má disposição do senhor Zé, sem o bitoques do Alcobaça, sem a descida íngreme do Sacramento e os saltos enterrados nas pedras da calçada portuguesa, sem a sombra dos Jacarandás durante todo o Verão, sem os cafés bebidos à porta da Nespresso, sem as esplanadas cheias de gente...
2 comentários:
tremoços!!!! Mais nada.
Ora deixa cá ver... em prol destas grandes perdas deve haver por aí uma compensaçãozita qualquer que valerá a pena...
Boa sorte!
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