Rio de Janeiro III
Vende-se de tudo, na praia. Do camarão ao matte, passando pelos conhecidos biquinis e terminando nas redes, nos sucos de tudo e de mais alguma coisa, nas sanduiches, nas empadas, nos papagaios, nas tatuagens... Basta ter uns quantos reais para que a estada na praia seja mais do que um simples prazer ao sol. Nas cadeirinhas que também se alugam, claro.
O que me parece curioso não é só a quantidade de vendedores ambulantes que correm a praia do Leblon a Copacabana... é a pobreza que ali mora, com eles, que também grita pregões. É o valor que cada centavo pode ter, na vida de cada um. Comprei uns biquinis a uma carioca que me disse que, para poupar 20 centavos, não apanhava o autocarro com ar condicionado. É que 20 centavos, ao final de uma semana, somam um real. É dinheiro.
Por outro lado, a simpatia. Oferecem tudo com um sorriso e não se chateiam por levar um não. É normal. Não há falas entre dentes nem há comentários desgostosos. Apenas um obrigado. E assim ficamos...
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O regresso a Portugal fez-se na classe executiva. Ainda assim uma viagem dura e com os horários todos trocados. A prova está na hora já tardia a que escrevo este post. Ainda não estou dentro do relógio português, apesar de a diferença de quatro horas não ser assim tão 'aberrante'. Mas ao bronze que já escorrega para fora do corpo junta-se um sorriso de quem passou 9 dias em grande... A comer bem - no 'Gero, o mais dos mais, no Rio; mas também no Gula Gula, no Belmonte ou no Bracarense - neste último o melhor fillet mignon do Rio (leia-se, o melhor prego no pão) - a comer bem, dizia, a apanhar muito sol e calor, a tomar banhos de mar num Atlântico oposto ao nosso, a descansar...
Já sei que voltarei. Ou não tivesse um companheiro de viagem louco pela cidade maravilhosa. Não sei quando será. Mas vou fazendo planos...
5 comentários:
Achaste o Rio realmente perigoso como se diz? É uma viagem que sai cara? Queria imenso ir ao Brasil e nem sei por onde escolher, mas o Rio de certeza que ia gostar de conhecer. De qualquer forma, por agora, falta-me companhia que tenha a possibilidade de ir :(
Eu cheguei a fazer uma colecção fantástica de fotos de vendedores de praia. E como dizes, uma das coisas que me marcaram foi o facto de eles não serem nada persistentes e aborrecidos. Um não, obrigado, bastava para eles seguirem caminho. Com muitos conversávamos, especialmente com as crianças. Pessoas pobres, humildes, alguns tristes mas muito bonitos.
poisoned apple, o Rio é perigoso, sim, mas só em determinadas zonas. Não se pode arriscar a noite nalguns locais e, mesmo de dia, há favelas - e localidades próximas delas - onde não se pode ir. Há sempre tiroteios entre traficantes e polícia, ou entre favelas. E isso vê-se nos Jornais, todos os dias. A evitar - segundo os cariocas - Copacabana à noite, mas também o Leme e a Lapa (melhor, ultimamente). Ipanema e Leblon recomendam-se. Mas sempre com o olho na carteira e um estilo pouco turístico.
Boa viagem!
Fizeste-me viajar no tempo... também vendem fatias de melancia fresquinhas!!!
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