quinta-feira, novembro 22, 2007

os tons da serra

1600 metros por debaixo da terra. E de repente a serra ao fundo. Uma enorme nuvem cinzenta, sobre um fio branco de neve, contradiz o azul profundo em redor. Há nuvens espalhadas por todo o lado, mas o sol tímido transforma-as em enormes montes brancos de algodão doce. Olho para elas à procura de algo mais. Animal. Cara. Forma geométrica. Desisto rapidamente. Não estou para jogos. Canto [desafino] o ‘In a Little While’ mais alto que o próprio Bono. Falta pouco. Não chega nem a um CD. É esta a medida de uma viagem. Três noticiários, um ‘Vertigo’ e dois ‘All that you can't leave behind’ ouvido em modo repeat. Venho devagar. Mais lentamente que o costume. Em modo de poupança de gasóleo. Entro na estrada nacional e aproveito os últimos quilómetros. Desço o vidro. O ar cheira a lareira e a frio. Do céu caem confeitos. Pedaços cor de ferrugem que se espalham pelo chão. A serra, a minha serra, está verde e dourada.

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