da possibilidade de trocar de emprego
Aos poucos devolvem-me este canto da cidade que sinto como meu. Esvaziam-se as ruas. Arranja-se lugar para almoçar. Acabam-se as filas intermináveis. Os encontrões, as pessoas cheias de pressas, carregadas de sacos, que atropelam qualquer ser que tenha o azar de lhes atravessar o caminho. Aos poucos volta-se a respirar no Chiado. O Largo está mais vazio, até os turistas partiram em debandada, talvez por se sentirem se enganados na ausência do alegado clima temperado. Há apenas as pessoas do costume, são quase como se fossem da família, a vida de todos os dias que sempre parece mais fácil por baixo daqueles jacarandás imensos. E ao canto, o quiosque fechado há tantos dias. Hoje passei-lhe em frente, convencida que tinha fechado de vez. Nas janelas uma folha A4, escrita com cuidado a desejar boas festas e a avisar que está fechado para férias. Parece que começaram a 23 de Dezembro e acabam a 18 de Fevereiro. A mim parecem-me umas excelentes férias. E estava capaz de trocar de emprego.
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