quinta-feira, junho 16, 2005

Partimpim

Entrevistei hoje a Adriana Calcanhotto, numa versão a que chama Partimpim. Levei-a a uma escola, em Lisboa, para poder ver como reagem, os miúdos, à música que ela canta.

Canta ela, como todos cantam com ela, um poema 'roubado' a Abdullah & Cacá Moraes. Deixo um excerto:

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?


Porquê? Pergunto. Porquê.
Todos os miúdos da escola onde levei Adriana sabiam esta música de trás para a frente. Cantaram sozinhos, com ela, todos juntos. Trouxe-a, como tantas vezes a trago, na memória que trauteia cada acorde do 'violão'.

Há muito que conheço esta versão de Adriana. E há muito que lhe procuro interpretações infantis. Não consigo. Mesmo a falar do Piu Piu, e do Frajola, da bochecha e da bola... não distancio esta letra de um mundo crescido, adulto, doloroso e triste. Que é o da solidão.

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