Zeca Afonso
Morreu há 20 anos o cantautor da intervenção. Na Revolução deixou a senha, de uma vila, morena Grândola. Em Coimbra deixou saudade de serenatas na madrugada. E no país deixou legado, que fez dele um imortal.
Gosto de lhe ouvir a voz e lamento não ter tido idade para estar mais com ele, ao vivo, aonde quer que cantasse. Comunista? Pouco me interessa, eu até voto em branco. Anti-salazarista - como o compreendo - homem fora do Regime, pensador e lutador. Pela Liberdade. Uma liberdade que é de todos e a que todos têm direito. Uma liberdade no falar, no cantar, no sonhar, no viver. Ainda assim preso, detido nos dias da desgraça.
Gosto do Maio que é maduro, da Senhora do Almortão e dos amigos que vêm para mais um copo. Gosto das trovas e canções, de um timbre próprio, de uma guitarra na mão. Gosto da imagem de um homem normal, sem preconceitos nem luxos, sem vaidades nem teimosias. Um homem determinado que levou a vida a cantar.
Ainda hoje m'embala com aquela voz impossível de imitar. Ao vivo nos coliseus, ou em estúdio, no silêncio das quatro paredes. Ficaram canções para sempre. Ficou Zeca para todos. Um amigo, também.
1 comentário:
Hoje, toda a gente fala no Zeca Afonso, mas em todo o resto do ano, poucas vezes o ouvimos cantar no rádio;ele é o dia dos namorados, é o dia de....
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