Limites
Estou há mais de um mês sem fumar. Há doze dias sem parar para descansar. Levantei voo numa noite de segunda-feira. Demorei o tempo de um batimento cardíaco a perceber o quanto precisava desta viagem. Trocaram-me os fusos horários. E ao fim de uma semana ainda não recuperei. Não voltei ao normal. Exigem-me, em missivas escritas em 000 e 111, que reponha a verdade dos afectos. ‘És tão bonita a dormir’. Acordo, sem deixar o mundo da inconsciência apesar destas palavras doces. Volto sempre a adormecer. É tão difícil manter os olhos abertos por estes dias. Nunca lhe dou a atenção que merece. Mas sei que é a mais sincera declaração. O meu mundo está reduzido a quatro paredes em tons laranja. Pouco mais resta. É uma vida estúpida. Salvam-me momentos sublimes de boa companhia. Sempre curtos. Falta-me a paciência. Para tudo. Para quase todos. Tenho medo de não resistir. De passar os limites. Os dos outros. Os meus já passei há muito tempo.
2 comentários:
e agora que desabafaste, é altura de refletires sobre o que andas a fazer com a tua vida, amiga.
O texto é lindo.Andar nos limites é optimo.. mas de vez em quando há que parar... pois para andar nos limites tudo tem que estar a funcionar bem. Bj.
pedro
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