Telegramas dos States
'Tugas'
GAP da 5th Avenue. Estou entretida a escolher um gorro para o meu sobrinho, quando de repente começo a ouvir alguém a falar, ou melhor, a gritar em português. O pai dizia para o filho que fosse arrumar qualquer coisa, e a criança respondia em tom de birra que a mãe o fazia. O pai insiste falando ainda mais alto. Volto a cabeça para ver de onde vem o som. Fico de queixo caído quando dou de caras com o presidente de uma das ‘minhas’ empresas xpto, enquanto ele se encolhe, ao reconhecer-me, até ficar do tamanho de um ervilha. Tugas!
Friends
À porta do Mr. Chow – ao que consta o mais trendy restaurante de Manhattan this season – eu e o F. fumávamos um cigarro, quando saem dois homens que pedem lume, começando a falar entre si em castelhano. O F. mete conversa, diz que somos portugueses, e aproveita para perguntar onde se vai na noite nova-iorquina. A conversa vai animada quando chega um terceiro. Eu e o F. afastamo-nos, enquanto eles trocam cumprimentos, convencidos que a conversa tinha acabado. Terminadas as saudações entre eles, o que tinha acabado de chegar estende a mão ao F., enquanto o búlgaro lhe vai dizendo “they are not ours friends, we just meet them”, mas não suficientemente depressa para evitar que ele se chegasse ao pé de mim estendendo-me a cara enquanto eu lhe estendia a mão. Fiquei, portanto, a conhecer o Steven que cumprimentei com dois beijinhos. Mais tarde foi a vez da italiana Isabella, que repetiu a cena do amigo. Ainda dizem que NY é uma cidade impessoal, de gente anónima.
Politicamente incorrecto
Entre a mesa e o buffet do pequeno-almoço, em Washington D.C..
Empregada afro-americana: Tea or coffee?
Eu: Coffee, please. (pausa) Black!
(Tivesse eu vestida uma túnica branca e um pontiagudo chapéu da mesma cor e o olhar que ela me deitou não teria sido tão assassino.)
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