sábado, janeiro 13, 2007

Panda

Deixo-te enrolado ao edredon num ressonar tranquilo que não me deixa dormir. Saio da cama e levantas a cabeça para perguntar onde vou. Venho aqui, escrever sobre ti, porque o teu barulho não me deixa descansar, mas a tua serenidade e o amor que tens por mim há muito exigem um post.

Saio da cama com a promessa de voltar, beijo-te o ombro e passo-te a mão pela cabeça. És um panda gigante adormecido na minha cama onde não consigo dormir contigo. Estás doente e isso preocupa-me. Mas és teimoso, mais teimoso que um asno, e não queres ir ao médico. Não sei como convencer-te a tratar de ti. De mim sabes tu tratar. Mimas-me como ninguém e tratas-me como uma princesa. Tu, o Rei, o Panda Rei que é também gigante e que não consigo abraçar de uma vez, és para mim o que nunca ninguém foi. Aprendo isso aos poucos. Deixo-te entrar devarinho no meu espaço ainda ocupado por fantasmas. E lá vêm os teus beijinhos, o teus miminhos, os teus presentes como se fizesse anos todos os dias. És especial.

Deixo-te a recuperar de uma noite mal dormida porque estás doente e não queres saber de ti. Estivesse eu mal e não terias dormido, preocupado. E eu, ao teu lado, só acordei com o barulho do teu ressonar. O teu sofrimento não me acordou, apenas o meu não me deixou dormir.

Oiço-te agora ao longe, num ressonar barulhento. Talvez volte para a cama, mais daqui a pouco, só para te ver sonhar.

2 comentários:

Leão da Lezíria disse...

Animal mesmo bom para se ter na cama é um Leão...

[Os Pandas mexem-se muuuuuito deeeevagaaaar...]

Catarina disse...

Sabes Samantha comovem-me sempre as tuas palavras sobre esse amor...