São Miguel II
O sol bate forte no Ilhéu. Ponho creme a dobrar para não apanhar um escaldão. Estendo a toalha na rocha e ajeito o corpo à pedra negra para poder dormir, mas o calor não me deixa ficar. Levanto-me várias vezes para tomar banho.
No Ilhéu de Vila Franca do Campo - dizem que aparece agora na TV, na telenovela Ilha dos Amores que nunca vi - está-se numa espécie de paraíso no mar. A água entra pela abertura das rochas e forma uma fantástica piscina salgada, com um pedaço de praia. Não ficamos na areia, escolhemos o lado oposto que é mais acessível de barco. O sol é muito quente e reflecte na pedra escura. Tudo aqui é negro, da areia à rocha. Queima mais.
Quando adormeço começa a chover. Uma chuva fraquinha, quase nada, que nos faz levantar para ir embora. Ainda há tempo para mais um mergulho no caldo que está o mar. E partimos, amontoados no barco que faz a travessia, cheio de gente para cá e para lá.
Terminamos o dia no bar da praia do Pópulo. Um galão ao entardecer enquanto o sol se põe, ao fundo. Não chove. Mas há nuvens escuras que deixam antever uma noite molhada. Já se sabe: em São Miguel podem fazer as quatro estações num só dia. Hoje já foi Verão e cai uma noite de Outono.
Ao quarto dia tenho saudades.
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