São Miguel III
Passo a tarde na piscina da casa que me acolhe sempe que venho a São Miguel. Fico a boiar duas horas deixando-me levar pelo vento e pela água que empurra o colchão de ar para cá e para lá. A R. traz-me um sumo de laranja e ameixas frescas e não tiro o rabo da água. Melhor é difícil...
Dormi mal, esta noite. Não terá sido do jantar petiscado ontem à noite no ala bote, na Ribeira Grande: camarões e lapas com pão carregado a manteiga e, ao fundo, um pôr-do-sol magnifíco, com aqueles raios que batem no mar e deixam antever a existência de Deus. A noite mal dormida faz-me acordar com aquelas dores de cabeça. Nada de novo. Rebolo-me na cama a tentar que os sonhos sejam melhores mas não, agarro sempre na ponta do pesadelo anterior e ali fico, a remoer, a castigar-me com pensamentos nocturnos que já pouco me assolam de dia. Partidas que o sono nos prega...
O céu raramente está completamente azul. As nuvens vão e vêm, passam pelo astro maior e tapam-no por instantes. Então, são sopradas pelo vento e lá chega um pouco de Verão. Gosto de São Miguel.
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