segunda-feira, abril 07, 2008

Pesadelos

Estava na Jordânia e não me lembrava do nome da capital. Só me vinha à cabeça a cidade maior do Paquistão. Mas eu estava na Jordânia. Havia helicópteros e eu, jornalista, ia num deles com o meu caderninho de capa castanha, o que trago agora na mala. Iam mais jornalistas, todas mulheres, naquele helicóptero que sobrevoava a cidade em chamas. Havia casas a arder e podíamos ver as pessoas a fugir, as divisões vazias, os telhados caídos que tudo deixavam a descoberto. Havia mais jornalistas e o R. estava entre eles. Perdi-me dele mas sabia que nos voltaríamos a encontrar. Quando acordei lembrei-me de Amã.

O meu irmão insistia em perseguir-me, em mentir-me, comprou um carro em nome dele e queria convencer a minha mãe de que o carro era para os dois. O meu irmão do meio. Havia um prédio de vários andares e correu atrás de mim piso a piso. Eu passei por famílias a ver televisão, cozinheiras de momento, sofás vazios... e ele à minha procura, aparecia sempre onde eu julgava estar escondida. Chorei toda a noite.

Eu nunca estive em Amã e nunca fui jornalista de guerra.
Eu e o meu irmão sempre nos demos lindamente e, nos tempos em que partilhámos carro, fomos sempre justos um com o outro... Já lá vão uns 7 ou 8 anos.

Que sonhos são estes, então? Virá Freud explicar-me?

1 comentário:

Leão da Lezíria disse...

Tens que ter cuidado é com o irmão mais velho...