Galináceos no Museu
Fila de espera para entrar. Longa mas rápida o suficiente para não desanimar. Domingo de manhã do primeiro dia de Julho. Algum calor e as crianças a brincar sobre o vapor de água que sai do chão. A fila continua, quase até ao Jardim das Oliveiras. À frente anuncia-se o Museu Berardo, portas abertas gratuitamente até às dez da noite. Amanhã já se paga bilhete.
Pessoas sozinhas, casais, grupos de amigos, famílias. Eu ia com os meus dois afilhados. Ela, 10 anos; ele 5. Têm a cabeça destapada e protejo-os do sol enquanto a fila não entra no edifício. Ele está irrequieto e começam os comentários à primeira obra, à porta, uma escultura de Joana Vasconcelos feita com garrafas de vidro. É verde, 'parece uma árvore'.
Entramos. Não sem antes passar pelos avisos de 'não comer, nem beber', 'não levar mochilas', 'sorrir', 'namorar', 'gostar'...
Começamos pelo Surrealismo - a fase preferida do nosso Primeiro-Ministro - e vemos Man Ray, Cesariny, Picasso, Dali... sentamo-nos nos bancos para observar obras maiores e descemos para o Minimalismo. É onde encontramos as magníficas fotografias de Helena Almeida.
Já com a hora de almoço ultrapassada, ele começa a sentir fome. Aguenta um pouco e continua a ver cada peça, ansioso por tocar nos quadros. Brincam os dois nas instalações aos quadradinhos de Pedro Cabrita Reis. É então que ele vê uns quadros feitos em relevo, cores espalhadas na tela, formas por definir... autor já esquecido.
- Tia, este aqui parece que tem um frango lá dentro!
Saímos para almoçar.
1 comentário:
Que programa delicioso!
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