quinta-feira, janeiro 31, 2008

The West Wing

Temos visto vários episódios de Os Homens do Presidente. À média de 3 por noite. Jantamos, e juntamos trapinhos no sofá, luz apagada, mantas sobre o peito, pernas elevadas, comandos na mão. Já foram editadas as sete séries que passaram na TV, escritas por um judeu. E cada episódio é genial! Gosto particularmente de Josh, um dos assessores do Presidente. É bem-disposto, trabalhador, sério e humano. Conta histórias e inventa outras, perde-se com a assistente que o adora e que ele respeita, é amigo do seu amigo, e um grande actor. Também gosto de Martin Sheen, o próprio Presidente, Democrata, sempre acompanhado pelo humilde e competente assistente Charlie...

... e ele está à minha espera para começarmos a ver mais um episódio. Falarei sobre isto mais tarde.

Dia D

Hoje foi dia de aumentos. A decepção percorreu os corredores. Não me queixei.

terça-feira, janeiro 29, 2008

adolescência

Nunca ninguém tinha gritado o seu nome no meio da rua. Uma versão urbana do 'oh elsa'. A voz rouca alongando as sílabas. Uma e outra vez. Ela repete a história as amigas e ri como uma adolescente.

Desabafo

Quero uma lipoaspiração!

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Regresso ao trabalho

As segundas-feiras já são o que são. E para mim são sempre desastrosas. À moda do Garfield, 'I hate mondays'. Mesmo! Mas uma segunda-feira após duas semanas de folga é obra. E uma segunda-feira, após duas semanas de folga, que corre mal, é ainda pior.

Irritam-me as incompetências mas irrita-me ainda mais que as pessoas não assumam os erros, a culpa, a responsabilidade. E se fico prejudicada com isso, então, fico fora de mim. Hoje foi um desses dias em que tive de arcar com as culpas de outros e, para não incriminá-los, tive de saber receber a crítica, defender-me comedidamente, e não explodir. É chato. Não gosto.

Que mais posso dizer? Amanhã é terça.

Parti o porquinho...

... e comprei dois bilhetes de 70 euros para o Charles Aznavour.

Estatuto

Os meus vizinhos têm todos Audis e BMWs. Mas o meu Peugeot 307 cabe melhor na garagem.

sábado, janeiro 26, 2008

Mordomias

Porque é que a coca-cola sabe melhor numa esplanada, se tenho, no frigorífico, várias latas e, no congelador, tanto gelo?

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Contagem decrescente

Daqui a dois dias volto à redacção, às duas reuniões por dia, a ouvir chamar por mim de 5 em 5 segundos; volto a comer na porcaria do bar, volto a chegar cansada a casa, e tarde, volto a ter preocupações nocturnas, e gente para aturar, muitos telefonemas para atender, centenas de e-mails para ler, respostas urgentes a dar, pedidos a fazer; volto a coordenar uma equipa, a decidir alinhamentos, a gerir programas, a decidir reportagens, a definir estratégias, a olhar atentamente para as audiências, a irritar-me, a zangar-me, a morder o lábio de raiva, a calar-me por estar vencida. Daqui a dois dias acabam as minhas férias. E eu não me importo.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Orçamento

Não sei como vivem os que vivem com o salário mínimo nacional, que têm filhos, que até conseguem juntar meia dúzia de tostões ao fim do mês. Não sei como vivem as famílias numerosas, pai e mãe a sustentar uma série de crianças, e ainda dá para cada uma ter uma actividade extra-curricular. E como vivem os que têm uma casa paga ao banco e ganham muito menos que eu e nunca se queixam e limitam-se a ser organizados e poupados, e na organização deles são muito melhores que eu. Chego ao fim do mês (fim???) na penúria, contas extra, saldo negativo, ordenado a rebentar. Mês após mês é assim. A casa, o empréstimo, a luz, o gás, o gasóleo e o seguro do carro; mais o médico e os medicamentos, a tv cabo e a internet, a empregada uma vez por semana e o ginásio aonde não ponho os pés. E ainda ponho de lado para um PPR. Pois, e porque não anulas o ginásio? Não despedes a empregada? Não vês apenas os canais generalistas e não usas a internet do trabalho? Sim, anulo o ginásio, mas não posso deixar de ter uma empregada que, todas as semanas, me tira um peso de cima e faz com que os meus fins-de-semana pareçam mesmo fins-de-semana; e não posso ter só os generalistas ou nem saberei como é o canal para o qual também trabalho, e como passar sem internet se não escrevo no blog senão em casa? Mordomias. Pois. Então, como poupar? O dinheiro voa para os restaurantes onde janto todos os dias, às vezes à borla, outras vezes não. E os pequenos-almoços fora de casa, ainda que não almoce, e o lanche a meio da tarde, mas eu tenho de comer, e que tal cozinhar em casa, mas eu chego tão tarde, mas deixa feito de véspera, mas custa-me jantar sozinha. Então janta fora, mas vai a lugares baratos e não pagues as contas de luxo do Solar dos Presuntos, ou do Las Brasitas, ou ainda do Piazza di Mare. mas eu não pago essas. Só as mais baratas, mas um jantar na Cervejeira, para dois, custa mais de 30 euros, e só como um bitoque e bebo uma cola de pressão, nem sequer como pão e queijinho. Mordomias. Há por aí restaurantes com pratos mais baratos. E viajar, é preciso viajar, ir de férias para fora, estrangeiro, não podes acampar, usar uma casa dos pais, fazer férias cá dentro? Mas se não viajo não conheço, não evoluo, não vejo; e a casa é sempre partilhada e fica mais barato, e acampar eu não me importo mas não arranjo quem o faça comigo. Eu não sei como vivem as pessoas com salário mínimo, mas imagino que essas pessoas, ainda não foram a Barcelona este mês, não comeram fora de casa este mês, não fizeram compras fora dos saldos e as que fizeram foram bem (co)medidas; essas pessoas não pagam um gínásio aonde não vão, bebem o leite de manhã em casa, não fazem lanches a meio do dia, não compraram livros, nem dvds, nem usaram a internet, e não costumam ver a Fox. Essas pessoas podem não ter tudo o que eu tenho, mas também não têm dívidas e noites mal dormidas com a consciência pesada. Porque leve está a carteira. Preciso de um aumento ou de um gestor pessoal!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Medos

Teremos todos um medo, qualquer um, nem sempre o desvendamos, nem sempre o partilhamos, mas todos teremos um medo. Eu tenho medo de não ultrapassar, de não vencer este medo que se instalou há 4 anos; o P. tem medo de voar e não fomos a Las Vegas porque sentiu um aperto no coração. Há quem tenha medo de estar doente, de andar de barco, de andar de elevador; há quem tenha medo de encarar uma câmara, quem tenha medo do patrão, do marido, medo de errar. O medo pode gerar o pânico e aí a coisa torna-se física. Há uma dor interna, a cabeça a explodir, o coração a bater ainda mais, as pernas que tremem, os sentimentos baralhados e os gestos sem sentido. O medo é arrebatador, consome-nos, leva-nos para fora de nós e já pensamos que o corpo que temos não é o nosso e não podemos controlá-lo. Há duas maneiras de encarar o medo: aceitá-lo ou enfrentá-lo. Não acho que uma seja melhor que outra, são apenas diferentes. Porque há-de o P. insistir em entrar num avião se não consegue acalmar as palpitações no peito? Porque há-de avançar para lá do check-in se o único medo que tem é este, e não prejudica mais ninguém? Ele que já tem dois anos de tratamento atrás dele, ele que ainda não desistiu de vencer o pânico, que me queria a seu lado para lhe dar uma mão. Não terá já tentado o suficiente? Então e aceitar este medo? Porque não? Há medos com os quais podemos conviver. Vivem numa casa ao lado da nossa, somos vizinhos mas temos horários desencontrados e só nos vemos nas reuniões de condomínio. Mesmo assim ficamos em filas diferentes e só nos vemos de soslaio, sabemos o nome uns dos outros mas nem conhecemos a família. O medo, não um qualquer, mas algum medo, pode ser simplesmente aceite. Arruma-se numa caixa no armário do corredor e não se toca mais. Como nas fotografias de um casamento estragado. Existem, estão por lá, algumas bem bonitas, com sorrisos e esperança, mas nada, não saem do armário. Esses medos fazem-nos mais forte, porque não os vencemos, mas também não nos juntámos a eles. Simplesmente dissemos: ok, tu existes, eu também, e vou conseguir viver com isso. Não há que ter receio por pensar assim. Se podemos vencer um medo, perfeito, e entramos num quarto escuro que antes não queríamos ver, ou subimos à Torre Eiffel quando antes não aguentávamos a varanda de um primeiro andar. Mas se ele é mais forte e não se vence com uma única atitude, então, cheguemo-nos para o lado, ele que se sente, e que fique por lá, quietinho, sem chatear, sem aparecer. Sabemos que o lugar está ocupado, mas limitamo-nos a não empurrar.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Tenho um bloco de gavetas novas e um enorme peso no peito

À Noite

Gosto sempre que venhas, que te sentes comigo no sofá, almofadas a pedir conforto, mantas sobre os corpos frios - porém, vivos - um chá de menta com mel, e, na tv, uma série que gostamos de ver até tarde. Esta noite recomeçaste a tua série de eleição, quiseste partilhá-la comigo, temos sete temporadas para ver de "Os Homens do Presidente", e gosto de te ver rir, vibrar, comentar, fazer chamadas de atenção porque sei que gostas mesmo daquilo, dos actores, da iluminação, dos movimentos de câmara, adoras.

E depois, na cama. Em menos de dois minutos adormeces e eu fico ali, insónias, pensamentos de tudo e de nada, enrosco-me em ti na esperança de encontrar sossego, demoro, demoro-me, não consigo, volto-me para o ouro lado, o meu corpo sempre a tocar o teu, e já dormes. É quando tudo piora. A tua respiração começa por ser ofegante, compassada, marcada, cada vez mais forte, até entar nos meus ouvidos segundo a segundo, e o ruído já não me deixa dormir. E se te viras para o lado de lá e consigo, por momentos, conhecer o sono bom, logo voltas a mudar de posição e acordo, oiço-te toda a noite, não que não goste de ouvir-te, mas prefiro-te acordado e a conversar, e em horas diferentes que não as da madrugada. Não dormi nada, mais uma vez. Não há pensos milagrosos que resolvam o problema, cabeceiras inclinadas, ou outro truque qualquer...

Será sempre assim?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

O que é a amizade? (II)

Gostei de te ver. Haverá sempre tempo para nós.

De férias

Hoje saí da cama às 16H. Primeira parte do plano de férias a ser cumprida: dormir.

sábado, janeiro 19, 2008

O que é a amizade?

Andamos desencontradas. Por várias vezes estivemos perto de nos vermos e não deu. Ora uma viagem ao Porto por causa de um romance, ora uma noite bem passada por causa de uma oportunidade, ora uma festa de copos por causa de um aniversário. Ou um encontro. Ou outros amigos. Ou outra coisa qualquer. Até o sono e o cansaço. Não tenho levado a mal. Penso que a amizade passa por isso mesmo: compreender, não cobrar, não julgar. Ainda assim gostava de te ter visto. E preferia que a viagem ao Porto tivesse sido cancelada porque, sabemos agora, não valeu a pena; e que a noite de aventura não tivesse acontecido porque, também o descobrimos, de nada serviu; ou que as saídas para o Bairro Alto, e festas e amigos que não sou eu se encaixassem nesta vida que já foi mais conjunta. Mas não será isto a amizade? Tolerar, entender, contornar... Tem-me custado procurar-te e nunca ser possível. Bem sei que às vezes também adormeço, e viajo, e trabalho. Mas tento não fazer uma troca injusta. Será que já fiz alguma? Que vida social tens tu, minha amiga, que não nos permite um café? (um galão e uma cerveja, como sabes)Que vida fazemos nós para, em três semanas, não criarmos uma oportunidade de encontro? Que amizade cultivámos que já só se faz ao telefone? E aí, ficamos horas, noite dentro e o tempo a passar, o sono a dormir e nós acordadas, despertador à beira da cama e uma voz que sussura cansaço. Mas desliga-se a máquina e eis que as oportunidades se vão. Um encontro tardio, uma manhã que começa mais cedo, uma visita inesperada. Tenho um presente para ti. Não to posso dar por telefone. Aguardo a oportunidade. Amanhã? Depois? Outro dia? É que os abraços têm ficado por dar e esse mar que nos separa não garante secar.

Barcelona II



Gaudí: o arquitecto catalão que nunca casou.

O mal de uns... (II)

...é a tristeza de outros. Não embarcámos. Ganhou o pânico!

sexta-feira, janeiro 18, 2008

O mal de uns...

... é a alegria de outros.Apanho amanhã, às 10h da manhã, um avião com destino a Las Vegas (escala em NY). Visito a cidade domingo e segunda e regresso a Lisboa na terça. Por quanto? Zero. Repito: zero euros. Pagam-me viagem e estadia para ser dama de companhia.

O P. tem pânico de voar, odeia aviões, não consegue pôr um pé no ar, e tem mesmo de ir a Las Vegas. Mas tem medo de recuar, voltar atrás, fazer o check-in e depois ouvir repetidas vezes chamarem por ele nos altifalantes do aeroporto, e ele, agarrado a um café cheio, chávena escaldada, num daqueles bares caríssimos das partidas, sem saber qual é a porta de embarque, sem pensar que vai passar por ela. Teme mandar a bagagem e ficar em terra. E depois atrasa o avião, e os passageiros ficam furiosos e é uma chatice para todos, e para a companhia e assim. Então, eu vou. Vou para lhe dizer é por aqui, para o puxar pela mão e levá-lo à porta sete ou nove, ou 33, para o acompanhar no café com um galão clarinho e depois ele paga e eu falo baixinho porque ele tomou muitos comprimidos e levo o guia top 10 da American Express para podermos seleccionar o que vale a pena. E digo-lhe que ficar lá 15 dias vai ser óptimo, e pode ir ao Grand Canyon, que maravilha, eu adorava, mas não terei tempo, quando muito umas capelas de casamentos e uns casinos, hotéis fantásticos e talvez o Guggenheim. E depois sentamo-nos e ele respira fundo e continuo a distraí-lo, e falo das hospedeiras, coitadas, que emprego da tanga, mas viajam, olha se tu fosses comissário, mas não, estás agora a mudar de emprego e tens de ir a Las Vegas, que sorte, mas se fores ao Japão e tiveres medo leva-me contigo, não me importo nada. Então ele adormece, e eu também, porque durmo bem em aviões e a viagem é longa, e se acordar levo um bom livro para me entreter, e faço uns rascunhos num bloco de notas, e passo pelas brasas outra vez, sempre a controlá-lo, a ver se está tudo bem, calmo, sem palpitações, e depois uns abanões, são poços de ar, não te preocupes, acontece muitas vezes e já estão todos habituados, aperta o cinto, e dorme, continua a dormir sob o efeito dessas drogas que tomaste ontem à noite. E se acordar e quiser conversar já tenho vários assuntos em mente, a minha mudança relativamente à função, e o formato de um novo programa, e que bom, estás quase a ser pai pela terceira vez, logo agora que mudaste de emprego e vai ser tudo novo, os teus filhos são lindos e tens tanta sorte, não te preocupes com o que aconteceu, nem com esta viagem. Chegámos. Sim, já aterrámos, não custou nada pois não, queres esperar para sair ou vamos antes de todos, esperamos, é melhor, sem atropelos, vamos buscar a bagagem, olha já aterrámos e nem se notou, pelo menos aqui não batem palmas como em Portugal e nos países africanos, é mesmo uma coisa que me irrita, queres ir beber um café, chamamos um taxi, boa, chegámos.

Barcelona



Em construção... um conceito que me agrada.

Serei frígida?

Na minha qualidade de única-pessoa-à-face-da-terra-que-nunca-tinha-bebido-um-Nespresso preparei-me hoje cuidadosamente para a experiência. Enquanto a A. carregava no botão da máquina, encostei-me à parede branca e preparei-me para o orgasmo. Esperei religiosamente pela chávena, sorvi o primeiro golo lentamente. Deixei que a essência do café me atacasse as pupilas gustativas e, principalmente, aguardei pela explosão. Um gole, dois, três… o fim da chávena à vista e nada. Serei frígida?

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Segue dentro de momentos




Pedimos desculpa pela interrupção mas este blog esteve de férias em Barcelona. Só para quem pode :)

Regeneração



É incrível como umas mini-férias podem ser tão regeneradoras. Brancas, quais brancas? Só ainda não percebi é como é que tiro a tinta da testa...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Dúvida [i]*

Quando termina o prazo legal para desejarmos 'bom ano' a quem ainda não vimos depois de 1 de Janeiro?

[* particularmente pertinente para quem, como eu, se limita a desejar bom ano às pessoas com quem atravessa a meia-noite]

Dúvida

O que fazer quando, por mais que faças, sabes à partida que nunca será suficiente. Que por mais que ultrapasses os teus próprios limites a barreira estará sempre mais alta, a meta a metros de distância. Aceitar as regras ou cumprir os mínimos?

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Coisas realmente importantes

Eu conduzi um Jaguar!

sábado, janeiro 05, 2008

Humilhações

É incrível como às vezes somos capazes de bater no fundo e dizer, e fazer, as mais humilhantes coisas. É impressionante como conseguimos estar lá em baixo e querer afundar mais. Quando uma amiga me contou a experiência da passagem de Ano lembrei-me de mim, noutros tempos... Tempos em que falava a chorar, a suplicar. Tempos em que não acreditava no que via, no que ouvia. Tentava ler nas entrelinhas e procurava sempre o lado bom de uma conversa horrorosa, deprimente, baixa. As mulheres - sobretudo nós, poucas vezes os homens - conseguem sempre humilhar-se mais. E deixamos que nos espezinhem, que nos magoem, perdemos o sentido crítico, a aura, o orgulho. E ali ficamos, a ouvir todo o tipo de crítica, observações sem sentido, pessoas que fazem de nós o que querem. Houve situações em que, praticamente teria rebolado se me tivessem dito: rebola! Lembro-me de vê-lo adormecer calmo, enquanto eu chorava, desesperada. E, quando foi a vez dele de chorar, não lhe consegui fazer o mesmo. Preocupei-me, quis impedir o sofrimento. Nestas coisas dos sentimentos somos pouco dignas. Andamos em busca de um qualquer perdão, de uma festa na cabeça. Somos cachorros desesperados à procura de um dono. E temos trela. Uma trela curta que nos impede de voar, de sermos nós, independentes, pessoas.

Querida R., aquilo por que passaste não é novidade. Eu, e tantas outras passámos pelo mesmo. Importa que isso só nos aconteça uma vez na vida. Não deixes que se repita. Outra vez e outra vez. E não faças de conta que não aconteceu. É importante sabermos que nos aconteceu para que não volte a passar-se o mesmo. Ignorar não é a solução. Importa olhar para trás e aprender. Mesmo que nos pareça horrível aprender com algo - ou alguém - que tanto nos magoou. Mas vale a pena. Vale a pena crescer com essas mágoas e torná-las parte da nossa vida. Para darmos mais um passo. Seguro, forte, firme. Com o tempo vemos melhor as coisas, lá para trás.

Os Pandas amuam?

O meu, sim.
Amua quando não faço exactamente o que ele quer. Mas diga-se que o que ele quer são coisas que, alegadamente, me beneficiam. Por exemplo, ontem comprou-me dois pares de botas (sim, dois, porque acha que as outras estão velhas e já não devo calçá-las), e comprou-me ainda uma saia (da Lacoste. Em saldos, mas da Lacoste), um colar daqueles xpto da swatch... E queria que eu comprasse metade de um casaco lindíssimo, amarelo, na Adolfo Dominguez... (já se vê que fomos ao Freeport!). Disse que não, que não podia dar mais 35 euros por metade de uma casaco - ele pagava a outra metade - que não tenho direito para mais casacos (tenho uns 15, sem exagero...) e que ele já tinha gasto muito dinheiro comigo (uns 200 euros, só num dia, sem nada para celebrar e pouco depois do Natal).
Amuou.
Não falou comigo em todo o caminho que fizemos para casa, e se é longa a Ponta Vasco da Gama, e não me dirigiu a palavra enquanto víamos os três episódios da ordem do 'Boston Legal', nem me pediu para dizer 'Denny Crane' com aquela voz rouca do actor da série e que tanto o faz rir; nem sequer se encostou a mim no sofá, e a sala estava gelada. E esta manhã acordou-me com um simples 'É uma e meia da tarde' (esta manhã é a minha maneira de ver a coisa) e não como costuma, com beijos e abraços e palavras doces, e piadas, e coisas assim. Não gostei.
Tentei falar sobre o assunto e até me vieram as lágrimas aos olhos quando expliquei porque é que o meu dinheiro voa.
Continua amuado.
Porque é que um Panda amua, é a primeira questão... Porque é que amua por causa de meio casaco amarelo, é a segunda. E porque é que mantém o amuo durante sabe-se lá quanto tempo? E, acima de tudo, porque não tenho eu 35 euros para dar por meio casaco?
Agora, amuei.

Coisas que sabem bem...

Ontem, quando o meu irmão mais velho me ligou a dizer que estava apenas a telefonar... porque gostava de mim.
Fazem falta estas demonstrações.
E sabem bem.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Tudo na mesma

É incrível como continuas na mesma passados 4 anos.

É incrível como continuas a mentir, a ser falso... como continuas a disfarçar.

Fez-me bem falar contigo. Só para ter a certeza que não és a pessoa certa.

Não tinha de ser, disseste tu. Não, não tinha. Apenas porque somos pessoas diferentes. E eu sou exigente. E tu, de facto, não me serves.

Não sei se fico decepcionada, se com pena. Não sei...

Mas fico aliviada. Por tudo ter acabado.

Que tudo te corra bem.

Eu prossigo melhor assim.