Solidão (II)
Ao fim de três meses a blogar já tinha umas quantas visitas. Não muitas, mas uma boa meia dúzia que deixava sempre comentário. Havia um anónimo que se divertia a escrever parágrafos atrás de parágrafos. E dava-lhe conselhos, e dizia que se sentia como ela, e partilhava dos sentimentos que ela ali descolava. Ela andava hesitante com tudo aquilo, mas aprendeu com um amigo e passou a ter, para além da caixa de comentários, um endereço de e-mail. Para os que quisessem alguma privacidade no contacto com ela. Esperava que o anónimo acusasse o toque e passasse a ter um nome, uma personalidade, uma figura.
Escreveu então o post do convite - não sei se já repararam mas agora tenho e-mail - e ali explicou as maravilhas da caiza postal electrónica para pessoas como ela, solitárias, dependentes do computador para a vida profissional e para o dia-a-dia, capazes de separar as águas e ter um hotmail pararelo ao endereço lá do trabalho. Estava nisto quando recebeu uma mensagem. Era do anónimo. Chamava-se Rui, ao que parecia, e também lhe mandava a mensagem de um hotmail. 'O anónimo sou eu', dizia, e prosseguia com uma série de frases que encaixavam na perfeição naquilo que ela queria ler. Foi quando se questionou se devia ou não responder-lhe...
2 comentários:
Devo dizer que sou um bocadinto céptica em relação a contactos nascidos desta forma..Mas isoo sou eu!
Eu não, Samantha. Um anónimo que já não é anónimo alegra a minha existência e preenche parte dos meus dias. Chegou por essa via... e a vida já não seria igual sem ele...
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