A Fábula - 1
Viviam os dois na imensa floresta. Ela, uma coelhinha triste, divorciada de um sapo que nunca chegara a ser príncipe. Ele, panda gigante, uma espécie de Rei na terra onde tantos o admiravam e dele faziam exemplo. Era um urso quase feliz, não fora a solidão que conhecia havia 10 anos. Um dia - já noite feita - dançavam os dois na toca do costume uma música alta que pedia suor. Ela, no meio da pista, batia os pés de coelha no chão de terra, agora um tambor. Ele abanava as ancas, pesado, copo na mão e cigarro no canto da boca, orelhas espetadas e olhar de lince que havia belos animais naquela toca nocturna. Numa determinada música cruzaram olhares. Ela teve apenas tempo para sorrir; ele respirou baixinho e um suspiro doce exalou o fumo do Marlboro Ligh. Tinha já o pêlo eriçado e caíam-lhe as calças do corpo felpudo. Coçou a cabeça e viu-a abanar o rabo: duas vezes. Depois saiu. Ainda foi atrás dela mas desistiu quando a viu entrar no carro. Apanhou um taxi e atravessou o rio. Pensou nela enquanto dormia.
2 comentários:
Ninguém precisa de sugestões!
Isso quer dizer o quê, caro zé ninguém?
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