Morrer de amor*
A C. diz-nos que agradece à mãe o facto de a lembrar que toda a vida jurou que morreria de amor. Diz que isso a ajuda a manter os pés na terra. Pressinto-lhe na voz alguma desilusão. Acho que gostaria que desta vez fosse a sério. Não para morrer. Apenas para ter a certeza que este é um amor maior.
Há alturas em que as ilusões - ainda que muitas não tenham um final feliz - ajudam a dar colorido à vida. Fazem-nos sair da cama de manhã. Lembro-me da primeira vez que acreditei que morreria de amor. Tinha uns 10 ou 11 anos. Não mais. Lembro-me do objecto dessa suposta morte. Não me lembro do porquê nessa altura específica. E durante uns dias praticamente não comi. Passei a acreditar que morrer de amor significa morrer de fome. A dor repetiu-se tantas vezes ao longo da vida. Achei sempre que nenhuma é tão grande como a que sentimos naquele momento. Nunca consegui por os sentimentos em perspectiva. Compará-los. Dissecá-los numa mesa de laboratório. Lembro da última vez que achei que morreria de amor. Foi a mais dolorosa das mortes. Com ela foi-se a capacidade de acreditar em histórias de amor. Achava eu. Agora, com a perspectiva que a distância permite, percebo que continuo a acreditar em histórias de amor. Há apenas uma diferença de género. Nem mesmo no grande ecrã todas as histórias acabam em drama.
[*ou um dos muitos posts que se acumulam há meses no blogger]
Há alturas em que as ilusões - ainda que muitas não tenham um final feliz - ajudam a dar colorido à vida. Fazem-nos sair da cama de manhã. Lembro-me da primeira vez que acreditei que morreria de amor. Tinha uns 10 ou 11 anos. Não mais. Lembro-me do objecto dessa suposta morte. Não me lembro do porquê nessa altura específica. E durante uns dias praticamente não comi. Passei a acreditar que morrer de amor significa morrer de fome. A dor repetiu-se tantas vezes ao longo da vida. Achei sempre que nenhuma é tão grande como a que sentimos naquele momento. Nunca consegui por os sentimentos em perspectiva. Compará-los. Dissecá-los numa mesa de laboratório. Lembro da última vez que achei que morreria de amor. Foi a mais dolorosa das mortes. Com ela foi-se a capacidade de acreditar em histórias de amor. Achava eu. Agora, com a perspectiva que a distância permite, percebo que continuo a acreditar em histórias de amor. Há apenas uma diferença de género. Nem mesmo no grande ecrã todas as histórias acabam em drama.
[*ou um dos muitos posts que se acumulam há meses no blogger]
1 comentário:
Há dias que nem sei se acredito nas histórias-de-amor...
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