quinta-feira, setembro 22, 2005

Consultório (de graça)

Tenho sido, ultimamente, uma espécie de psicóloga de vão de escada. Consultas gratuitas, claro.

Casos?
O da amiga que se apaixonou pelo tipo casado que volta para a mulher (várias vezes); a que se envolve com o solteiro que acaba por casar (com outra); a que faz 10 mil quilómetros por um homem que tem, afinal, dúvidas sobre a relação; ou a que, num curto espaço de tempo tem, na mesma pessoa, o 80 e depois o 8...

Todas mulheres interessantes. Todas. E todas, em crise. Por causa de um homem.
Ora... eu não sou feminista e tenho pouco dinheiro para andar por aí a queimar soutiens, mas custa-me que a nossa vida, a das mulheres, seja tão dependente dos homens e da relação que mantemos com um, e apenas com um deles.

É provável que haja por aí homens com este mesmo discurso, que têm, ultimamente, sido confidentes de vários amigos em crise. Mas, se os há, das duas uma... ou são crises que duram, no máximo, uma semana... ou as consultas são cobradas!

É que nós, as mulheres, temos a mania de prolongar os problemas. Quase todas, que eu não gosto de generalizar. Gostamos de aprofundar o porquê, chorar sobre as razões, concluir que afinal são outras, e não aquelas... e começa tudo de novo. Resultado: uma crise que um homem - ou uma mulher expedita - resolvem em menos de dois meses... nós demoramos um, a dois anos a resolver. E não estou a exagerar.

As minhas consultas são de graça e dadas com gosto. Porque é delas que gosto. Das minhas amigas. Além disso, algumas destas, e muitas outras ouviram/presenciaram, durante os dois últimos anos (lá está, os tais dois anos...) as minhas queixas, as minhas dúvidas, os meus altos e baixos, as minhas lágrimas...

Pergunto-me: se não soube, na altura, resolver o meu problema, porque acham elas que consigo ajudá-las nos delas? Parece ridículo.

Mas não é.
E por uma única e simples razão.
É que nós, as mulheres, e algumas da minhas amigas em particular, e eu... Nós perdemos o discernimento quando a crise nos bate à porta. O nosso problema não é o mais grave, não é único, não é impossível de resolver... Mas torna-nos cegas. E arrasta-nos. Arrasta-se connosco. Até nos cansarmos.

Ou até um homem... outro, nos aparecer à frente como se pudesse, só ele, salvar-nos da crise que nenhuma das nossas amigas resolveu.

Pagassemos nós as consultas umas às outras, e as crises seriam menores. E mais curtas! Ou então, estaríamos todas ricas, e passávamos à terapia das compras no Shopping...

E a nova coleccção já está nas montras...

4 comentários:

Anónimo disse...

Avisa-se as interessadas que qualquer questão para a Dra. Samantha pode ser enviada para o endereço maiscidadequesexo@hotmail.com (o hot até vem mesmo a calhar porque ela anda uma 'ganda' maluca). O pagamento pode ser feito via transferência bancária para o nib 0032 1234 9905101762 70. Sim, porque de Graça, só para as amigas!

Anónimo disse...

Coisa de mulheres, de facto. Também de graça (ou deveria ser de Graça?...) segue um conjunto de regras avulsas, misto de reflexões masculinas recebidas por e-mail, polvilhado com originais e depois temperado com a experiência de vida cá do rapaz:

i) O tampo da sanita pode levantar-se e baixar-se. Eu quero que ele esteja levantado e a F quer que ele esteja em baixo. Eu não reclamo quando tenho que o subir, logo não é aceitável ouvir reclamações acerca de assuntos tão pertinentes como ter que baixar o tampo.
ii) O sol nasce todos os dias, a lua tem um ciclo, quando joga o Sporting quero jantar na sala. É a ordem das coisas, não há que tentar mudar isto.
iii) Peçam o que querem de uma forma directa. Não usem formas subtis ou meias-palavras para pedir. Pura e simplesmente, digam exactamente aquilo que pretendem.
iv) A maioria das perguntas pode ser respondida com as palavras "sim" e "não.
v) Se acham que estão gordas ou envelhecidas, provavelmente estão mesmo. Não nos perguntem a nossa opinião sobre o assunto.
vi) Se alguma parte do nosso corpo tem comichão, nós coçamos e resolvemos o problema. Qual é o mal?
vii) Se perguntarmos se há algum problema e a resposta fôr "não", nós agiremos como se não existisse nenhum problema
viii) Se nos fizerem uma pergunta, estejam preparadas para ouvir uma resposta, não algo politicamente correcto ou a resposta que querem ouvir.
ix) Quando estamos pensativos, não nos perguntem o que estamos a pensar, a não ser que queiram ter uma conversa sobre sexo, carros ou futebol.
x)Nós estamos em forma. Redondo é uma forma.
xi) Rabos e peitos (ou, como nós dizemos, cús e mamas) são para ser olhados e apreciados.
xii) Chorar é chantagem.
xiii) O prazo de validade das nossas opiniões é de três dias. Não estranhem termos emitido uma opinião sobre um assunto há seis meses e hoje termos opinião radicalmente diferente.
xiv) Dores de cabeça (e enxaquecas...) resolvem-se com uma ida a um médico.

E pronto, com este conjunto de regras simples, a maior parte dos traumas, amores mal resolvidos ou crises existenciais com os homens serão sanadas.

E tudo isto ... de graça!

Carrie disse...

Caro Pai de Santo,
Se os nossos problemas fossem esses, a Samantha teria de certeza uma vida mais cinzenta ou mais calma, dependendo da perspectiva. Se há um elemento comum nas histórias que ela vai ouvindo é o facto dos homens simplesmente não saberem o que querem da vida. Tal como a Samantha, não me atrevo a generalizar, mas há pelo menos uns quantos a quem dava jeito pensarem um bocadinho antes de agirem. Se fossem um bocadinho menos egoístas, talvez a Dra. pudesse ocupar a sua cabecinha linda com outras coisas além de se preocupar com as amigas.
Seja como for, obrigada pelos conselhos. Registamos e iremos por certo aproveitar para pôr alguns em prática.
Atenciosamente,

(in)confessada disse...

pai de santo Estevão:
a-do-rei!

(pena n ser td tão simples assim)

bjo confesso a si e à Sam