segunda-feira, setembro 26, 2005

Farol

Do alto viam-se apenas manchas amarelas, azuis e verdes, consoante o olhar passava do mar para as dunas e e destas para a folhagem. Sentia-me em casa, no centro do mundo e no centro de mim. Vivi aquele momento sem pressas, demoradamente, saboreando (mesmo tendo passado apenas alguns minutos). A minha retina e o meu coração guardavam a doce lembrança do equilíbrio, da plenitude, da serenidade. Independentemente de onde vinha e de para onde ia, sentia-me no sítio certo, na hora certa, com a atitude correcta. Não senti saudades do passado nem angústia pelo futuro. Agora sinto falta desse sentir. Não deverei voltar tão cedo àquele pedaço do paraíso maranhense, mas preciso encontrar aquele sentimento de mim. Haverá por aí um farol?

1 comentário:

Anónimo disse...

No regresso, seja de que viagem for - mesmo da de cada dia para o trabalho -, são as memórias o nosso farol. E quando a vista não as alcança, chamamos os amigos para nos avivarem a lembrança. Com eles criamos sempre algo novo para mais tarde recordar.