domingo, setembro 25, 2005

De volta

“Shakespeare tinha razão, no fim tudo fica em nada. A ardósia é constantemente apagada”*

Li pouco estes dias. Reformulo: li o que me apeteceu, o que foi pouco comparado com as maratonas de leitura que tenho feito nas pausas dos últimos meses. Acabei o Lixo, do Irvine Welsh, mas nada ficou desta “viagem” que valha a pena reter. Pelo menos nada que seja publicável num site que se diz de família, ainda que ache o livro genial, com o personagem mais abjecto que alguma vez me passou pelos olhos, muita cocaína e muito sexo, mesmo muito sexo!

Despedi-me devidamente do Verão, mas com a esperança de ainda poder voltar a vestir o bikini este ano. Passeie à beira-mar, com a água fria a molhar-me os tornozelos (não houve coragem para mais...), vi o dia morrer na praia, fiz quilómetros atrás de quilómetros com "o prego a fundo" e a música a partir. Não fiz ‘rallys’ (a suspensão do carro agradece), nem vi o pôr-do-sol no cabo Sardão. Em compensação tive boa companhia, óptimas conversas, caipirinhas com fartura e muito tempo para pensar.

“De nós só ficará o amor...”*

*As citações são d’“A companhia de estranhos”, de Robert Wilson, que está longe da genialidade do “Cego de Sevilha”, mas que vale pelos ambientes de uma Lisboa mergulhada nos meandros da espionagem na II Guerra.

2 comentários:

. disse...

Também gostaria de me ter despedido do verão assim. Muito boa onda :)

Anónimo disse...

Não há nada como o pôr-do-sol da costa alentejana. Surpreende-me como nunca te vi por aquelas bandas, entre sapateiras da Azenha, caipirinhas e sumos do saudoso bar do Carvalhal e escarpas da Praia da Amália. É curioso os caminhos que partilhas "incognitamente" com amigos!

J.P