sexta-feira, setembro 23, 2005

Despedidas

Vou para sul despedir-me do Verão. Respirar a maresia misturada com o cheiro dos campos alentejanos. Ver o dia morrer nas escarpas do cabo Sardão, de costas para o farol sobranceiro. Levantar poeira enquanto seguro o volume com uma mão e invento ‘rallys’ em estradas de terra batida. Alienar-me do mundo nas páginas dos livros que se amontoam na mesa-de-cabeceira. Sentir a areia molhada nos pés, o calor do sol a entranhar-se na pele, sofrer com o fresco da noite que começa a pedir as primeiras camisolas. Acordar e adormecer com o barulho das ondas. Vou para sul despedir-me do Verão.

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