Boas maneiras
Anda uma gaja durante anos a fazer ‘terapia’ para se portar como uma senhora, para deixar de dizer palavrões, que isso é coisa de gente brejeira e não fica bem na boca de uma menina de família, a convencer-se que nem o facto de ter trabalhado numa redacção das antigas, em que as frases de quatro palavras tinham pelo menos duas asneiras, justificam tal linguagem, porque na ‘elite’ jornalística essas coisas não são bem vistas, não vá sair uma palavra menos própria à frente do empresário xpto, para depois, de um momento para o outro, sem apelo nem agravo, voltar aos velhos hábitos. Primeiro devagarinho, um palavrão, sempre o mesmo, dito sempre na mesma altura, como que num desabafo, num esconjuro de fantasmas. E agora, agora é por tudo e por nada. É certo que ainda não voltei aos tempos áureos em que a cada irritação correspondiam três vernáculos emparelhados como elos de uma cadeia, tipo a-b-c-d-e, todos ditos de seguida sem parar para respirar. É o que no que dão as más companhias… ****-se que me esqueci do frango no forno. Lá vai a ***** do almoço!
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