Conto (com o) Natal
Conto com o Natal para me resolver algumas crises:
Para começar, a financeira.
Conto que algumas ofertas - nomeadamente a dos progenitores - aconcheguem uma conta já nos saldos... negativos. Conto os trocos para ver se aguento até ao Ano Novo. Que não trará uma vida nova, já sei, mas aproximará a minha de uma velhice que começo a temer.
Conto com o Natal para resolver a crise das amizades. Não mandei, não mando, e não mandarei sms's para ninguém. Não escrevi, não escrevo, e não escreverei uma mensagem igual para todos. Telefonei a alguns, respondi às mensagens de outros. Personalizei. Porque o Natal não deve servir - na minha óptica - para a generalização. Antes para apurar quuem, de entre todos é, de facto, especial. Falei com alguns dos que há muito não vejo, dos que há muito queria ver. Falei com outros, os de todos os dias, porque não é possível não estar com eles. Conto com todos, todos os dias, como se do Natal se tratasse.
Conto com o Natal para me fazer acreditar que não tem importância nenhuma que seja Natal. Que não estou mais sensível, que não sinto a falta de nada, que não guardo memórias que, por esta altura, insistem em vir ao de cima... Conto não olhar para trás. Conto os dias para não voltar a fazê-lo. Nunca mais.
E conto com o Natal para melhor perceber o que é o Natal. Eu que sempre o vivi de uma forma sentida, partilhada. Eu que sempre vivi o Natal como ele vem nos livros. A sonhar.
Apesar de tudo, sonhei mais, desta vez. Acordei cansada. Mas menos do que noutros natais.
Conto com o próximo. Que sejam de Natal, todos os contos.
Sem comentários:
Enviar um comentário