Carta ao Pai Natal
Sr. Pai Natal,
Já não vou a tempo de meter a carta no correio, que além de andarem sempre atrasados não têm renas para mandar os carteiros à Lapónia. Este ano portei-me bem. Não tanto quanto devia, é certo, sabes que nem sempre foi culpa minha, mas isso são águas passadas, chão que já deu uva, sem que tenha havido direito a vinho, e a partir de agora é a sério. Sou uma menina (mesmo) linda e (muito) bem comportada, pelo menos o suficiente para responderes ao meu pedido. O que queria mesmo, mesmo, mesmo, mais que tudo no mundo, era um comando para a garagem. Vês! É fácil. Claro que se tiveres tempo podes passar naquela sapataria da esquina e trazer os camper lindos de morrer que vimos outro dia à hora do almoço, o casaco azul que experimentei naquela loja no centro comercial, mas também pode ser o verde alface que me fica lindamente, sabes como sou, qualquer trapinho me cai bem, e se há coisa que não sou é esquisita, um corretor da shiseido número 2, que isto de fazer noitadas está-me a estragar a figura, aquele DVD de que não paro de falar, mas acho que esse já sabias. E se não for abuso... também podes deixar um bilhete de ida, o mais provável é não voltar mesmo, para Chicago e uns trocos para fazer a route 66 até Los Angeles, mas se for um bilhetinho para a Argentina, com passagem pelo Peru e pelo Chile, também pode ser, eu prometo não ficar chateada. E já agora, será que podes passar mais cedo para levares a “$#%%$%# da constipação que se decidiu a ficar, logo agora que não preciso de desculpas para ficar em casa aconchegadita com a minha mantinha nova, com uma overdoses de chá verde e o “The Alexandria Quartet”, que precisa de mais tempo e atenção do que o Orçamento de Estado.
Obrigada,
Carrie
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