Eu e ele
[Desde ontem que só me consigo imaginar ao volante deste... Eu e ele. Eu, de sorriso rasgado, a ouvir Maria Rita com o volume no máximo. Os cigarros no banco do pendura. O telemóvel desligado enquanto conduzo sem destino, ou na direcção do mar, durante horas seguidas. Há poucos prazeres maiores do que o de conduzir. Sozinha. São momentos de reflexão e de alienação ao mesmo tempo. Horas em que não penso em nada. Em que me deixo hipnotizar pela paisagem que passa a 150 km/hora do lado de fora da janela aberta. Horas em que penso em tudo. No que fiz. No que disse. Em que me arrependo pelo que deixei por fazer. Em que sorrio sozinha enquanto antevejo a chegada. Enquanto brinco com a caixa de velocidades. Deixo o conta-quilómetros cair devagarinho e prolongo ao máximo aquelas horas comigo. Enquanto antevejo a próxima partida. Desde ontem que só me consigo imaginar ao volante deste... Eu e ele. Com a certeza que os almoços à beira mar vão saber muito melhores.]
7 comentários:
É assim que deve ser... egoísta! Sem deixar nada por dizer, sem o arrependimento de um “eu podia ter feito...”!
E quando tiveres que te imaginar, ao volante deste... Tu e ele... tenho a certeza que irão ser muitas vezes vistos à beira mar!!
Ainda que não sejam... o carro vai andar por lá!
Às vezes não deixar nada por dizer pode ser um mau princípio... corremos o risco de magoar quem não merece. Ainda assim, é uma boa filosofia de vida.
Quanto ao resto... Sim!
Ya, ya.
A 150Km/hora?
Dondoca, Guarda-Lisboa em 2h30?
Não é uma questão de ambição, mas apenas de gosto.
PS - A Dondoca tambem e' acelera...
Tivesse eu jeito para escrever e esta postada poderia ser minha.
Revi-me em tudo até na velocidade maxima, que respeito por saber que o radar da polícia dispara.
Mas os 150 saltou-me à vista...Não sei porquê.
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