Where
Procurei debaixo do tapete de malmequeres da entrada. Levantei-o e espreitei. Nada. Folhei pacientemente os livros lidos de há um ano para cá. Recibos de consultas médicas, facturas da Fnac, contas do supermercado, cartões de restaurantes. Abri as caixas onde guardo as revistas mais antigas. Pó. Passei à cozinha. Vasculhei as gavetas, abri os armários. Nada. Passei à sala. Dobrei o tapete vermelho. Levantei as almofadas do sofá. Mudei a mesa da televisão de sítio. Despejei o cesto das revistas. Abri as caixas dos CDs. Passei aos DVD. Nada. Acendi um cigarro na esperança que me ajudasse a pensar. Que me inspirasse no flashback que me ajudaria a perceber onde tinha ficado. Esborrachei o cigarro ainda a meio. Ataquei os armários da casa de banho. Revirei a caixa dos medicamentos. Despejei a caixa da maquilhagem. Tirei os cremes para fora. Nada. Entrei no quarto. Desfiz a cama. Tirei as fronhas das almofadas. Abri e fechei as gavetas... sentei-me. Cabeça entre as mãos. [suspiro] Onde foi que me perdi? Amanhã tento a arrecadação!
5 comentários:
Se calhar nem foi aí em casa.
Mas Carrie, de qualquer forma, pergunto-me se o facto de andares a vasculhar até saberes onde te perdeste é melhor do que esqueceres essa parte e dares-te conta que, possivelmente, só mudaste foi de pele (sim, como as serpentes)? Deixa lá o teres-te "perdido" algures e abre as persianas, de par em par, só porque estás aí, em nehures que seja.
(lamechas eu????)
E se aquilo que perdeste for melhor do que o que tens agora?
E que tal viver?
Carrie, who knows? Melhor ou pior é muito relativo, não achas? Eu opto pelo diferente. E faço-o por uma simples razão. Por não saber, ainda, o que é melhor ou pior para mim. Sei o que é diferente e mal de mim, se começar achar que o que já foi, era melhor. Acho que iria empatar a minha vida para sempre e o que eu quero é crescer.
Óh miúda, queres que te apresente uns editores? A sério!...e se te levasses mais a sério?
bjo
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