Um desejo
Eu tento. Juro que tento. Continuo a escrever posts mentais. Comecei centenas em 300 quilómetros de estrada [já com ar condicionado]. Mas quando me sento aqui não há nada que faça sentido. Todos os dias a mesma página em branco. Hoje ia escrever sobre o tempo.
[Dizem-me que o Outono já começou. Mandam-me malmequeres para suavizar o impacto da [má] notícia. O calendário dá-lhes razão. Há datas que por mim passavam em branco. Não quero celebrar o regresso do frio. Corre-me nas veias sangue dos trópicos.]
Lembro-me que há um ano fiz o mesmo. Lá se vai a vontade. A imaginação. Também já pensei em escrever sobre o SOL. Mas lá está... quem tem telhados de vidro... Podia escrever sobre o Rio. Estive lá ontem pela primeira vez este ano. Mas há coisas que simplesmente não consigo meter no papel. Sobre a indignação que me provocou a reportagem de há pouco na SIC. Do miserabilismo de um País que não sabe fazer uso dos recursos que tem. Não é este o tom deste blog. O futebol não merece duas linhas. Não enquanto lá estiver inginheiro. Há o trabalho. ‘És daquelas que acha que a empresa não funciona quando não estás!’ Sim. É mais ou menos isso. Mas é acima de tudo o bichinho. E esse não se explica. Sente-se nos sorrisos de quem tem um ‘segredo’ que mais ninguém conhece. Na adrenalina de quem conseguiu uma ‘chacha’. Mas simplesmente não se explica a quem nunca o sentiu.
Afasto o computador. Penso que não vale a pena continuar. É de esperar por melhores dias. Vou até à varanda. Fustigada durante todo o dia por um vento gelado. Sento-me a olhar para a lua. Acendo um cigarro. Espero por uma estrela cadente...
[De cada vez que me queixo de não saber o que escrever, volta a incontinência verbal. Pode ser que a tradição se mantenha.]
2 comentários:
Sugestão de tema:
Domingo, acordas às 11 da manhã… chove, faz um frio do caraças, tiras do saco o Expresso que compraste ontem e que ainda não lhe tinhas posto a vista em cima.
Página a página são 12.30, tiras uma posta de peixe do congelador, manda-la para dentro da panela enquanto tomas um banho rápido. Das 13.30 às 19 h, continua a chover, transferes-te da cama para o sofá… fazes um daqueles zappings só feitos em dias assim e que contribuem e de que maneira para o desgaste dos números no comando do televisor!
Jantar?? Já sabes onde será.
E com isto tudo ainda arranjas um daqueles motivos para te queixares: a m***** das costas que não param de doer, tantas foram as vezes que tiveste que trocar de lado no sofá!
Adoro o cheiro das castanhas assadas. Tambem gosto de as saborear, claro:). O Sao Martinho traz de volta a jeropiga (que nao bebo mas faz parte do convivio com os amigos!). Antecipo as "castanhadas" no final das tardes de Sabado, quica acompanhadas com o licor de leite ou de tanjerina com receita da minha avo'. Quando chega o Outono, gosto de tirar do armario o blusao (o "adiabatico", assim apelidado pela minha colega Fatima numa das nossas viagens de curso em pleno Janeiro pelo Alentejo profundo), e preparar os passeios pela praia, finalmente deserta, e pronta a receber as minhas visitas ate ao final de Maio.
Comeca tambem a epoca da lama. Bem, como eu sinto a falta da lama!!! Nao me intrepretem mal, a lama tambem me incomoda em certos casos. Mas neste, gosto dela pelo que ela representa de andar com a minha cara metade no Galopper, por esses montes e vales fora, explorando as ribeiras que so’ nesta epoca se enchem e tornam estes campos mais vivos, mais jovens, mais brincalhoes.
Tenho a sorte de poder evitar o uso de guarda chuva (trabalho debaixo de tecto); prefiro o impermeavel. A chuva nao mete medo, antes obriga a uma convivencia saudavel. Gosto de ver chover. Copiosamente, de preferencia! Vem-me sempre ‘a memoria o “Singing in the rain”! E uma bela chavena de darjeling na mao, uns scones acabados de tirar do forno, a manteiga a escorrer depois de barrada...? Chova ‘a vontade, eu estou aqui dentro, a olhar pela vidraca, a saborear o meu mau tempo!
E o Natal!!!??? Bem, o Natal podemos falar dele mais tarde :)
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