Conto[s] III
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Focos de luz sobre o palco acentuam a escuridão na plateia. Gente alinhada de pé. Ele abraça-a pela barriga. Faz subir ligeiramente a t-shirt colada à pele. A mão descansa a milímetros do cós das calças de ganga. Os dedos vão apalpando terreno. Ela não resiste. Aconchega-se nos seus braços. Sente o hálito quente no pescoço. A pele que se arrepia. Ele vai testando o seu pudor numa sala cheia de gente. Ela vira a cabeça. Quer dizer com o olhar que aqui não. Ele sussurra-lhe ao ouvido. Ouve a música. Os dedos ágeis desapertam o primeiro botão. Ela encolhe a barriga para lhe dar espaço. Sente os beijos no pescoço. Os dedos vão descendo mais e mais. Ela morde o lábio. Olhos fixos no vazio. Ao som de um suspiro que é quase um gemido, ele abraça-a. Ficam agarrados até ao fim do concerto.[Este é, muito provavelmente, o meu último conto. Não quero correr o risco de me convidarem para escrever Sabrinas e Harlequins]
5 comentários:
Nas Sabrinas não havia estas cenas escabrosas, pois não? Como queres que te convidem?
Boa dica! Essa, nunca me lembro de ter feito.
Estás boa para o conto erótico semanal do semanário "O Crime", essa bíblia das quintas-feiras.
Devias assinar Carrie Nin, nestas prosas.
WV*: slorg (se todos os slorgs são sworgs e todos os sworgs são smorgs, todos os slorgs são...?)
* Word Verification e não Volkswagen para os disléxicos.
Este blog viciou-me. Já cá ando há algum tempo...mas resolvi sair do armário agora para dizer que:
É pena...muiiita pena que seja o último, mas como é só provavelmente...fico à espera do próximo capítulo.
agora que descobri o blog... espero que o "provavelmente" não se concretize. gosto do que li e voltarei mais vezes.
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