terça-feira, outubro 17, 2006

O gosto dos outros

Não é fácil gostarmos todos da mesma coisa. Nem terá de ser assim. Como diria a minha avó,'é da maneira que o mundo não tomba'.

Mas há coisas de que os outros gostam que eu detesto. E há coisas que os muito próximos de mim gostam, que eu detesto. E aí é que reside o problema.

Se duas pessoas se entendem na maioria das coisas mas não partilham a mesma opinião em duas ou três, consideradas fundamentais, como fazer? Ter paciência? Refilar? Não dizer nada? É que nunca se chegará a acordo. Disso tenho a certeza.

O gosto dos outros tem de ser respeitado, sobretudo se gostamos deles, dos outros. Mas se detestamos o gosto deles também os detestamos a eles? Não me parece, mas apetece-me. Apetece-me detestá-lo por ele não gostar do que eu gosto. Pior: por gostar do que eu não gosto.

Não vou conseguir uma vida a dois como ela se quer, pois não?

6 comentários:

Carrie disse...

O comment segue por mail... hoje precisas de levar na cabeça!

sobre-nada disse...

É na diferença que se encontra o bom, o novo e a criação. Para haver dualidade nas relações, pois as relações têm o eu e o outro, temos que aceitar o distinto. Acho que pode haver vida a dois, concerteza, até porque a tua atitude chateada é típica de quem está apaixonado. ;)

A. Pinto Correia disse...

Vais. Amar é saber aprender a viver com os "defeitos" do/a outro/a.

Tomei a liberdadede de te "linkar"

Leão da Lezíria disse...

Querida Samantha, mais uma vez não direi o que queres ouvir. A (minha)resposta à tua dúvida é que não é possível uma vida a dois se em vários aspectos fundamentais (repara, o "fundamentais" é crítico) não houver acordo. É possível, isso sim, viver com aquele cujos gostos detestamos se estes não forem determinantes (por exemplo, a mulher da minha vida é do Benfica, não joga xadrez e adormece no sofá. Tudo coisas que detesto, nenhuma delas determinante. Se ela não gostasse de viajar, se não partilhasse a ideia de educação que quero para os meus filhos, por exemplo, aí sim, seria incomportável).

O Autor® disse...

É possível as relações evoluírem não gostando-se das mesmas coisas. Atenção disse coisas...não falei em desacordo quanto a princípios. Aí é melhor esquecer mesmo.

Mas mesmo não se gostando das mesmas coisas, calarmo-nos para resolver o problema..."guess what"...acaba por não se resolver nada.Os desacordos voltam a subir à tona, mais tarde ou mais cedo, amplificados pela amargura e frustação acumulada.

É a minha humilde opinião

dade amorim disse...

Sábios conselhos em seus comments. Consoladores, fazem companhia, e muito sensatos. Mas às vezes - para não dizer sempre - a sensatez não chega. Linkei você. Beijo.