O gosto dos outros
Não é fácil gostarmos todos da mesma coisa. Nem terá de ser assim. Como diria a minha avó,'é da maneira que o mundo não tomba'.
Mas há coisas de que os outros gostam que eu detesto. E há coisas que os muito próximos de mim gostam, que eu detesto. E aí é que reside o problema.
Se duas pessoas se entendem na maioria das coisas mas não partilham a mesma opinião em duas ou três, consideradas fundamentais, como fazer? Ter paciência? Refilar? Não dizer nada? É que nunca se chegará a acordo. Disso tenho a certeza.
O gosto dos outros tem de ser respeitado, sobretudo se gostamos deles, dos outros. Mas se detestamos o gosto deles também os detestamos a eles? Não me parece, mas apetece-me. Apetece-me detestá-lo por ele não gostar do que eu gosto. Pior: por gostar do que eu não gosto.
Não vou conseguir uma vida a dois como ela se quer, pois não?
6 comentários:
O comment segue por mail... hoje precisas de levar na cabeça!
É na diferença que se encontra o bom, o novo e a criação. Para haver dualidade nas relações, pois as relações têm o eu e o outro, temos que aceitar o distinto. Acho que pode haver vida a dois, concerteza, até porque a tua atitude chateada é típica de quem está apaixonado. ;)
Vais. Amar é saber aprender a viver com os "defeitos" do/a outro/a.
Tomei a liberdadede de te "linkar"
Querida Samantha, mais uma vez não direi o que queres ouvir. A (minha)resposta à tua dúvida é que não é possível uma vida a dois se em vários aspectos fundamentais (repara, o "fundamentais" é crítico) não houver acordo. É possível, isso sim, viver com aquele cujos gostos detestamos se estes não forem determinantes (por exemplo, a mulher da minha vida é do Benfica, não joga xadrez e adormece no sofá. Tudo coisas que detesto, nenhuma delas determinante. Se ela não gostasse de viajar, se não partilhasse a ideia de educação que quero para os meus filhos, por exemplo, aí sim, seria incomportável).
É possível as relações evoluírem não gostando-se das mesmas coisas. Atenção disse coisas...não falei em desacordo quanto a princípios. Aí é melhor esquecer mesmo.
Mas mesmo não se gostando das mesmas coisas, calarmo-nos para resolver o problema..."guess what"...acaba por não se resolver nada.Os desacordos voltam a subir à tona, mais tarde ou mais cedo, amplificados pela amargura e frustação acumulada.
É a minha humilde opinião
Sábios conselhos em seus comments. Consoladores, fazem companhia, e muito sensatos. Mas às vezes - para não dizer sempre - a sensatez não chega. Linkei você. Beijo.
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