De tolos todos temos um pouco
Zangaram-se. Brigaram feio. Não foi a primeira vez, não seria certamente a última.
Em jeito de desafio, ele disse: "Aposto contigo que amanhã até às tantas horas arranjo outra namorada".
Ela esperou para ver. Dito e feito. Ele cumpriu, ela comprou bilhetes de camarote para assistir.
E os desafios continuaram e por vezes ela pegava no carro a meio da noite e fazia quilómetros impensáveis ao longo dos quais ia perdendo o orgulho. E a lucidez de cada vez que lhe vasculhava o telemóvel à procura de pistas feitas ou provas recebidas. E a auto-estima em cada insulto ou agressão
Foram loucos os dois ao não perceber que o respeito é o pilar de qualquer relação sã.
Se calhar, fomos todos os que assistimos e celebramos um pouco tontos. É difícil contrariar o brilho dos olhos apaixonados. Querer acreditar é mais fácil. Até ao dia...
Já era altura desta história terminar. Não fosse ela acabar mais tarde e pior. Há vida pela frente.
Disse-te há dias, querida Samantha, meio a brincar, que a auto-comiseraçao não combina contigo. Se tivesse tido coragem, tê-lo-ia dito de forma mais assertiva.
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