A hora da verdade... ou o sexo dos anjos?
Na sequência de posts anteriores e respectivos comentários, é então altura de abrir hostilidades. Estarão os homens e as mulheres condenados a reclamar para todo o sempre a incompreensão do sexo oposto? Genuinamente, seremos assim tão diferentes? Até onde é que essa diferença nos afasta e nos atrai?
Como não sou sabedoria no tema, recorro aos académicos. A editora Difusão Cultural tem dois livros editados: "ELE - Chaves para a piscologia masculina" e "ELA - chaves para a psicologia feminina", da autoria de Robert A. Johnson, psicanalista da escola de Jung de renome internacional que recorre, no caso dos homens ao mito do Santo Graal e, no das mulheres, ao mito de Eros e da Psique.
Diz o entendido:
"A crónica da vida de uma mulher pode descrever-se na sua luta e evolução em relação ao princípio masculino da vida - quer a encontre exteriormente numa criatura humana, quer no seu íntimo, como animus"
"O homem depende largamente da mulher para a existência de luz na família, pois não está bem preparado para encontrar um significado só por si. A vida apresenta-se lhe frequentemente seca e árida, até que alguém lhe incute um significado"
"A mulher é a portadora do crescimento, na maior parte dos relacionamentos. O homem receia isso, mas ainda mais a sua ausência".
Tentei ser imparcial, mas o autor não colaborou :) Por isso, vejo-me na obrigação de pedir ajuda a Ruth Barnhouse, da universidade de Harvard. Que diz:
"As mulheres sabem muito menos do que imaginam a respeito dos homens. Desenvolveram, ao longo dos séculos, técnicas notáveis para se lhes adaptarem, mas isso não significa que os compreendam."
9 comentários:
A incompreensão é mútua. Não há reús nem vítimas nesta história. Apenas mulheres muito complicadas, passo a provocação.
Concordo com o anónimo quando diz que a incompreensão é mútua.
Os homens são de Marte e as mulheres de Vénus. Não há nada a fazer.
Miranda: Naturalmente que esta discussão será eterna. Ainda bem. Estou a decidir se publico lá no meu estaminé desenvolvimentos sobre o tema. Ponto de vista: os "nós cegos" na cabeça delas (amores passados, relação com trabalho) vs a nossa capacidade de "seguir viagem".
Miranda,
O que propões é a discussão do sexo dos anjos, mesmo! Acho que a procura da diferença entre homens e mulheres, a tentativa de compreender o outro partindo do pressuposto que essas diferenças existem, é talvez a principal razão que nos leva a não nos entendermos.
Leão,
Os 'nós cegos' não são, infelizmente, exclusivo feminino. A diferença está em que as mulheres reconhecem que eles existem e tentam resolvê-los, ao passo que os homens, numa manifestação de força interior, que raramente possuem, preferem empurrá-los para debaixo do tapete, fazendo de conta que não existem.
Carrie:
Não me lixes...
Meu querido 'gatinho'! Longe de mim querer fazer tal coisa. Mas reconhece que há tantos homens complicados, como mulheres. Reconhece que nem todos os homens são, como tu, um poço de certezas. Que também eles, num momento de distracção da sua força viril, vão a psiquiatras. Choram pelas mulheres que os deixaram. São obcecados pelo trabalho, que mais do que no caso das mulheres, funciona como um escape para uma vida que não tem… Vá lá…
Carrie:
Se há coisa de que tenho a certeza é que não sou um poço de certezas. O meu comentário não é para gabar a mítica virilidade masculina, que não passa disso mesmo, de um mito. Claro que já chorei, embora não me lembre de chorar por amores passados. Sou um obcecado pelo trabalho, mas pelo trabalho perfeccionista. E acho que não vale a pena remoer angústias passadas, insistir em recuperar passados irrecuperáveis e ter uma constante nuvem cinzenta em cima da cabeça. Confesso que percebo mal os Calimeros, isso é verdade. E tento não voltar ao sítio onde fui ... infeliz.
Oh Leão tu impõe-te pá!
Olha que te andam a chamar 'gatinho'!
Miranda: Claro que não. Chega-te aqui mais um pouco que eu gostava de dizer-te uma coisa ao ouvido, que não me apetece que mais ninguém ouça: Ainda hoje ajudei a atenuar um bocadinho uma nuvem que estava em cima de alguém que me procurou e me surprendeu pelas coisas que partilhou comigo. Alguem que me procurou para falar, saiu com um sorriso depois de ter alguém que a ouvisse. Sei que parece um bocadinho pedante, mas foi assim mesmo. Outras nuvens, mais próximas, me tiram do sério. Havemos de as secar também, ou então fazer com que ela saia debaixo.
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